Sarkozy e o crime e delinquência
Sarkozy faz o balanço à frente do ministério do interior francês e prepara-se para o embate das presidenciais. Os números que revela parecem significativos em termos de luta contra o crime e a delinquência. Notre pays n'a pas vocation à être un guichet social universel dizia ao Le Monde. As democracias europeias estão hoje perante este dilema difícil mas fundamental: dar acolhimento e guarida a todos os que demandam a Europa por razões económicas, políticas ou sociais e tornar-se ingovernável; ou atalhar a sério o problema da emigração clandestina e fixar esses emigrantes no local de origem com programas de apoio social.
Dito, desta forma, faz sentido. O problema - como em todas as medidas de política - é pôr em prática. Sarkozy é sinónimo na esquerda europeia de calhandra e xenófobo.
Vi-o, uma semana destas num debate na TV 5 francesa e gostei do que vi e ouvi. Não é por se enfiar a cabeça na areia que se resolvem os problemas. E às vezes não se gosta que se chame as coisas pelo nome.
E a Europa tem UM grande problema com a assimilação das comunidades emigrantes. Ao contrário dos seus avós [esta comunidade] não quer integrar-se e adoptar o modelo de vida europeu, no seu pluralismo, cosmopolitismo e respeito pelos direitos humanos. Quer ser o guetto dos bidonvilles e "atacar" o sistema.
Não creio que a Europa que queremos construir tenha espaço para esta postura, sob pena de se tornar ingovernável e invivível. É preciso, por vezes, que a direita nos diga o que não gostamos de ouvir.