Estados falhados [failled states]
A Foreign Policy de Julho/Agosto traz um dossier importante e significativo sobre os estados falhados do mundo. Lembram Barry Buzan e Richard Little num livro marcante das RIs [International Systems in World History, Oxford University Press] que a estrutura do sistema internacional tem acentuado escalas de poder e de fragilidades colocando no topo os que têm melhor performance e no fundo os que têm pior. Nestes [últimos] se incluem os estados falhados que constituem ameaças sérias à coesão social e política da sociedade internacional pela conflitualidade e anarquia que trazem associados. Tratam-se de estados onde uma oligarquia ou uma cleptoarquia domina a seu belo prazer, borrifando-se para o estado do direito e a opinião da comunidade internacional.
Na linha da frente Sudão, Zimbabué e Chade, três regimes africanos, sanguinários, párias dirigidos por três crápulas: Omar Assan al-Bashir, Robert Mugabe e Idriss Déby. No ranking dos 20 "melhor posicionados" estados falhados do mundo estão, também, Iraque, Somália, Costa do Marfim, Congo, Afeganistão, Guiné, República Central Africana, Haiti, Paquistão, Coreia do Norte, Birmânia, Uganda, Bangladesh, Nigéria, Etiópia, Burundi e Timor-Leste. Em termos percentuais 55% dos estados falhados estão em África, 25% na Ásia-Oceânia, 1o% no Médio Oriente. A Europa não está representada e o continente americano conta com um país, o Haiti.