O PCP não tem emenda!
Carvalho da Silva doutorou-se “com distinção e louvor” num acto presenciado por muitas figuras da política portuguesa dos mais diversos quadrantes. Lá estiveram , entre muitos outros, Mário Soares, João Salgueiro, João Ferreira do Amaral, Vital Moreira ou Silva Lopes. Da direcção do PCP, nem um único representante se dignou comparecer.
Estas atitudes de indiferença ( quiçá mesmo de arrogância) dos lideres do PCP face a membros do Partido que alcançam alguma notoriedade social roçam o autismo.
Dá a impressão que no PCP quem conseguir alguma notoriedade que extravase os muros do Partido está condenado ao ostracismo.
O tema de doutoramento de Carvalho da Silva é de grande premência (“O sindicalismo em tempos de globalização”), mas o PCP não tolera que um militante do partido seja elogiado por figuras de outros quadrantes.
Um elogio vindo de fora é, para um militante do PCP, uma afronta. O elogiado passa a ser proscrito e, como uma sentença de morte, é-lhe ferrado o epíteto de traidor.
Os líderes do PCP não terão digerido bem a notoriedade e simpatia que Carvalho da Silva vem granjeando em vários quadrantes da política portuguesa e por isso – como em outras ocasiões- decidiram demarcar-se e primar pela ausência.
Nutro grande apreço por Jerónimo de Sousa. Cativa-me a sua simpatia, a sua bonomia e genuinidade. De tal modo, que chego a acreditar que o PCP está diferente e aprendeu com os erros do passado, mas atitudes como a protagonizada com Carvalho da Silva tiram-me qualquer ilusão.
Adivinho vida difícil para o líder da CGTP. Deu grande parte da sua vida ao Partido, foi um sindicalista batalhador, mas “ caiu no erro” de querer ser Doutor! O PCP não gosta desta gente. Não gosta de sindicalistas que se licenciem, porque logo os vê do outro lado, como potenciais traidores do Proletariado. O PCP vive do obscurantismo, de dogmas ultrapassados, da cristalização ideológica e- mais grave- de uma visão do mundo muito parecida com a da Igreja Católica: só serás glorificado na morte, se tiveres coragem de sofrer durante toda a vida porque , como diz a Bíblia “Bem aventurados os pobres e os oprimidos, porque deles é o reino dos Céus”.
Não sei até quando Carvalho da Silva permanecerá no PCP ( a liderança da CGTP ser-lhe-á retirada a muito curto prazo, com prejuízo para a Central sindical e para os trabalhadores portugueses que nela se revêem), mas quando for obrigado a fazê-lo, por não poder aguentar mais a pressão interna, estou certo que logo os grandes lideres dirão às massas. “Estão a ver, estão a ver? É mais um traidor que se vendeu ao capital e renegou o Partido!”
As massas continuarão, submissas, a pedir ao grande líder que as impeça de se libertarem, através da sabedoria, das grilhetas do capital. E, em uníssono, venerando a imagem de Marx de mãos postas sobre “O Capital” repetirão até atingirem a fase de auto convicção: “só pela luta as classes operárias se poderão libertar do capitalismo opressor!”
Estas atitudes de indiferença ( quiçá mesmo de arrogância) dos lideres do PCP face a membros do Partido que alcançam alguma notoriedade social roçam o autismo.
Dá a impressão que no PCP quem conseguir alguma notoriedade que extravase os muros do Partido está condenado ao ostracismo.
O tema de doutoramento de Carvalho da Silva é de grande premência (“O sindicalismo em tempos de globalização”), mas o PCP não tolera que um militante do partido seja elogiado por figuras de outros quadrantes.
Um elogio vindo de fora é, para um militante do PCP, uma afronta. O elogiado passa a ser proscrito e, como uma sentença de morte, é-lhe ferrado o epíteto de traidor.
Os líderes do PCP não terão digerido bem a notoriedade e simpatia que Carvalho da Silva vem granjeando em vários quadrantes da política portuguesa e por isso – como em outras ocasiões- decidiram demarcar-se e primar pela ausência.
Nutro grande apreço por Jerónimo de Sousa. Cativa-me a sua simpatia, a sua bonomia e genuinidade. De tal modo, que chego a acreditar que o PCP está diferente e aprendeu com os erros do passado, mas atitudes como a protagonizada com Carvalho da Silva tiram-me qualquer ilusão.
Adivinho vida difícil para o líder da CGTP. Deu grande parte da sua vida ao Partido, foi um sindicalista batalhador, mas “ caiu no erro” de querer ser Doutor! O PCP não gosta desta gente. Não gosta de sindicalistas que se licenciem, porque logo os vê do outro lado, como potenciais traidores do Proletariado. O PCP vive do obscurantismo, de dogmas ultrapassados, da cristalização ideológica e- mais grave- de uma visão do mundo muito parecida com a da Igreja Católica: só serás glorificado na morte, se tiveres coragem de sofrer durante toda a vida porque , como diz a Bíblia “Bem aventurados os pobres e os oprimidos, porque deles é o reino dos Céus”.
Não sei até quando Carvalho da Silva permanecerá no PCP ( a liderança da CGTP ser-lhe-á retirada a muito curto prazo, com prejuízo para a Central sindical e para os trabalhadores portugueses que nela se revêem), mas quando for obrigado a fazê-lo, por não poder aguentar mais a pressão interna, estou certo que logo os grandes lideres dirão às massas. “Estão a ver, estão a ver? É mais um traidor que se vendeu ao capital e renegou o Partido!”
As massas continuarão, submissas, a pedir ao grande líder que as impeça de se libertarem, através da sabedoria, das grilhetas do capital. E, em uníssono, venerando a imagem de Marx de mãos postas sobre “O Capital” repetirão até atingirem a fase de auto convicção: “só pela luta as classes operárias se poderão libertar do capitalismo opressor!”