Voltando à política
Luís Filipe Menezes avança para as directas de 28 de Setembro à presidência do PSD. Uma candidatura esperada de um candidato que perdeu "mal" no último embate com Marques Mendes. Não tenho grandes expectativas sobre a sua figura como político. Menos palaciano que Marques Mendes, Filipe Menezes é um homem com obra feita no Porto. Não propriamente na cidade mas em Gaia do outro lado do rio. Estive no Porto num jantar com dois casais amigos e a opinião unânime foi que o homem tem obra feita e mudou a cidade para melhor.
Tem talvez a vantagem de partida de não ser do inner circle de Cavaco. Nunca teve responsabilidades governativas, nem se "molhou" com os compromissos da corte. Tem, contudo, um discurso básico, simplista, nada sofisticado. Vê-se muitas generalizações e aquele toque "tripeiro" que é muito mau conselheiro. Parece que voltámos à política de Rio Maior. Mas inquestionavelmente o PSD precisa de uma lavagem de cara. Marques Mendes não cumpre o seu papel como lider da oposição. E é preciso que alguém o faça para barrar o "passeio triunfal" de Sócrates em direcção à reeleição.
Na minha qualidade de militante de base do PSD entro em período de reflexão. Espero para ver antes de me decidir em quem votar. Não sei se o conseguirei daqui, via correspondência, mas não prescindo - se puder - fazê-lo. Acredito numa democracia de partidos e de projectos políticos alternativos. Não acredito em homens providenciais. Tivemos Eanes. Cavaco Silva tem resistido - e bem - em sê-lo. Que fique por aí. Tivemos a nossa parte de populismo e anti-partidos. Com péssimos resultados.