Timor, Horta e o revivalismo presidencial
Ramos Horta presta juramento como segundo presidente democraticamente eleito do ultimo país a juntar-se à comunidade das nações. Personalidade relevante da resistência timorense no exterior, representante pessoal de Xanana de Gusmão, quando as rivalidades das facções políticas internas impediam uma unidade à volta de princípios essenciais, Horta é um homem chave na transição do "poder revolucionário" para o poder civil.
Timor viveu o seu Verão Quente no ano transacto e ele conduziu à instalação de mais um contigente de manutenção de paz da ONU . Essa presença não se pode eternizar.
É bom que Horta represente o 25 de Novembro dos timorenses e o regresso dos militares aos quartéis. A colocação da "revolução" no tracking correcto para a normalidade democrática. O presidente de Timor tem uma enorme importância não tanto pelos seus poderes constitucionais, mas pelo seu poder institucional activo. Como a crise do ano transacto demonstrou.
Vejamos agora o processo que levará às eleições legislativas em semanas. A FRETILIN espera uma vingança histórica sobre Xanana e seus aliados próximos. Pessoalmente acho uma asneira a formação do partido presidencial. Xanana não tem perfil nem condições políticas para primeiro-ministro. Teve o seu indelével papel histórico. A sua teimosia lembra-nos os exemplos tristes do "cronism" africano, o apego ao poder pelo poder.
Nós tivemos o nosso eanismo mas ele não nos levou a lado nenhum. Antes baralhou o sistema político sem nada de válido a acrescentar.