Cimeira UE-Brasil
Dificilmente se conteve da cimeira UE-Brasil a impressão que o maior espaço económico integrado do mundo [a UE] e a mais ambiciosa nação em vias de desenvolvimento do mundo falam linguagens diferentes e atêm-se a paradigmas de desenvolvimento díspares e contraditórios.
Desde logo como encaram as presentes [e provavelmente falhadas] negociações para a liberalização do comércio mundial encartadas na Ronda Doha. A União percebendo que é preciso dar novos passos a bem do processo de expansão da economia global; o Brasil insistindo na ladaínha do país pobre, sub-desenvolvido, explorado pelo Ocidente rapace e escravizador. O primeiro falando na interdependência, o segundo na necessidade de "derrotar" os Estados Unidos.
Tratou-se de um diálogo de surdos destinado a cumprir calendário na presidência portuguesa do Conselho. Facto curioso que as televisões não tenham deixado escapar a sofreguidão com que Josë Sócrates se apressou a apresentar o novo potentado cultural do regime, o inefável Joe Berardo ao Presidente Lula da Silva, na visita que este último fez ao Centro Cultural de Belém. O atabalhoamento, o embasque perante a ignara figura reporta bem o estado a que chegou o regime do Eng.o Sócrates. Hesito em chamar-lhe socialista, mas é-o provavelmente. Há um irrepremível toque de Kruchtchev na encenação. E de ridículo também.