Buenos Aires não é um barómetro, mas pode ser um aviso...o
O candidato de direita, Maurizio Macri, ganhou com surpresa e esmagadora maioria ( cerca de 60%) as eleições em Buenos Aires.
Não é uma boa notícia para o presidente Gustavo Kirchener, a quatro meses das eleições presidenciais. Embora Buenos Aires seja um eterno bastião da direita argentina, o à vontade com que Macri venceu as eleições na capital azul-celeste serve de aviso a Kirchener que todos os analistas consideram como vencedor antecipado das eleições de Outubro. E diga-se, em abono da verdade, que a derrota do actual Presidente seria não só uma injustiça, tendo em consideração a forma como contribuiu para a recuperação do país durante os cinco anos de mandato, como um forte revés para o desenvolvimento da Argentina que apresenta sinais inequívocos de um crescimento consistente.
Uma amiga argentina dizia-me, esta manhã, que Kirchener poderá vir a pagar a factura da aproximação a Chavez, quando Bush visitou a América Latina. Na altura também aqui aventei essa hipótese, mas sinceramente não acredito que isso venha a acontecer. O actual presidente é da esquerda moderada, não se põe de cócoras diante de Bush, nem é apoiante das ideias de Chavez e tem uma ideia clara do papel a desempenhar pela Argentina no Mercosur e no contexto geral da América Latina.