Imperdível
Sobre aeroportos, previno: sou parte interessadíssima. Os aviões dão- -me um pânico desmedido. Isto é, dão-me o pânico de um dia não poder entrar em avião. Logo o abrir automático das portas da Portela me tornam outro. Fico eufórico, eu sou o tipo de sorriso de orelha a orelha na fila para o check-in. O destino pode ser Tirana (Albânia) mas, mesmo aí, sorrio: sempre pode haver um desvio do voo. Fica, assim, dita a minha posição. Portela? Ota? Alcochete? Eu digo: aeroporto. É proposta de aeroporto? Sou por. E fiquei encantado quando alguém me multiplicou as esperanças com aquela fórmula linda: Portela+1. Ontem, então, ao ler no DN Fernando Seara, o presidente da Câmara de Sintra, fui feliz. Ele foi Portela+1, ele foi Portela+2, ele foi Portela+3... Melhor que isso, só a pista única: Portugal todo asfaltado e com um traço intermitente ao meio. O mapa já o dizia, há muito: geograficamente, o nosso rectângulo longo é o país mais parecido que há com uma pista de aeroporto.
Ferreira Fernandes, no DN