Os muros da "Liberdade"
A minha geração lutou pela queda do Muro de Berlim e teve a satisfação de ver o seu desejo realizado. Longe estaria de imaginar que anos depois da queda do mais ignominioso muro das civilizações modernas, florescesse a tendência para reeditar os “muros da vergonha”.
O Tribunal Internacional de Justiça declarou ilegal, em 2004, o muro da Cisjordânia, mas Israel continua a ignorar a sentença, com o apoio dos Estados Unidos que, por sua vez, iniciaram a construção de um muro de 1400 kms na fronteira com o México, a pretexto de suster a imigração, e Bush achou por bem mandar erguer um muro no Iraque, separando xiitas e sunitas.
Até onde irá esta fúria revivalista de construir muros em nome da liberdade, depois de tantos anos de luta para derrotar um outro que a ameaçava?
Serão os muros construídos pela sociedade global mais legítimos do que o muro de Berlim?