sábado, 13 de janeiro de 2007

O homem insiste....

"The question is whether our new strategy will bring us closer to success. I believe that it will."PRESIDENT BUSH

ETA: o canto do vigário

Várias dezenas de milhares de espanhóis manifestaram-se, sábado, em Madrid e Bilbau contra o terrorismo da ETA, duas semanas após um atentado do grupo separatista no aeroporto da capital, que vitimou duas pessoas.
Os madrilenos desfilaram em silêncio, durante vários quilómetros no centro de Madrid, agitando milhares de cartazes brancos, com o desenho de uma pomba e com a mensagem «Pela Paz, Contra o Terrorismo».

X--X--X
Zapatero devia saber que não se pode conciliar com os terroristas, nem confiar na [sua] palavra. O feitiço vira-se contra o feiticeiro. A mão leve, a condescendência dá nisto. Será que os socialistas espanhóis não aprendem?

Regresso a Londres

Desde 1995 que não visitava Londres. Uma cidade que em tempos conheci melhor que Lisboa. E onze anos bastaram para transformar a face da cidade nas margens do Tamisa.
O pleno emprego. Toda a gente tem trabalho, a taxa de desemprego está perto do valor natural, na acepção económica do termo (cerca de 4-5%, valor que corresponde a aqueles que voluntariamente estão em transição profissional, em períodos sabáticos, etc).
A cidade transformou-se numa plataforma do sector financeiro, onde os grandes bancos mundiais optaram por centralizar a sua sede europeia. A proliferação de arranha-céus, panorama virgem até 1985 com o edifício da corretora de seguros Loyds, é visível. O novo (e amiúde belo) a par com o antigo. Canary Warf, meia milha nas Docklands, outrora zona insalubre, agora tem 80.000 pessoas a trabalhar nos seus imponentes edifícios. Todas no sector financeiro. Salários milionários, bónus e demais prémios potencialmente chorudos mas sem segurança ou garantia de emprego.
Depois o facto de ter encontrado mais de uma vintena de antigos alunos e colegas, nos sítios mais inesperados. Face visível do efeito de íman que a cidade exerce sobre os trabalhadores qualificados: economistas, gestores, engenheiros, arquitectos, investigadores...
O comércio, sem mega centros comerciais, onde as lojas estão abertas todos os dias da semana; onde uma multidão de todos as cores e fisionomias compra, compra e compra...
As salas de teatro que quase duplicaram numa década e estão sempre de lotação esgotada...
Claro que os preços dos serviços (restauração...) e da habitação estão a níveis que a Europa continental não conhece... afinal o reflexo natural de uma cidade onde o rendimento per capita em paridades de poder de compra é mais de três vezes o da média europeia...
Pujança económica, diversidade cultural e étnica, optimismo e empreendedorismo, modernidade conjugada com a tradição, são marcas indeléveis desta cada vez mais excitante cidade.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Ainda


Outra


Algumas das excelentes fotografias de 2006


quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Sarkozy e o crime e delinquência

Sarkozy faz o balanço à frente do ministério do interior francês e prepara-se para o embate das presidenciais. Os números que revela parecem significativos em termos de luta contra o crime e a delinquência. Notre pays n'a pas vocation à être un guichet social universel dizia ao Le Monde. As democracias europeias estão hoje perante este dilema difícil mas fundamental: dar acolhimento e guarida a todos os que demandam a Europa por razões económicas, políticas ou sociais e tornar-se ingovernável; ou atalhar a sério o problema da emigração clandestina e fixar esses emigrantes no local de origem com programas de apoio social.
Dito, desta forma, faz sentido. O problema - como em todas as medidas de política - é pôr em prática. Sarkozy é sinónimo na esquerda europeia de calhandra e xenófobo.
Vi-o, uma semana destas num debate na TV 5 francesa e gostei do que vi e ouvi. Não é por se enfiar a cabeça na areia que se resolvem os problemas. E às vezes não se gosta que se chame as coisas pelo nome.
E a Europa tem UM grande problema com a assimilação das comunidades emigrantes. Ao contrário dos seus avós [esta comunidade] não quer integrar-se e adoptar o modelo de vida europeu, no seu pluralismo, cosmopolitismo e respeito pelos direitos humanos. Quer ser o guetto dos bidonvilles e "atacar" o sistema.
Não creio que a Europa que queremos construir tenha espaço para esta postura, sob pena de se tornar ingovernável e invivível. É preciso, por vezes, que a direita nos diga o que não gostamos de ouvir.

A resposta

Democratas respondem - em força - ao novo plano de Bush para o Iraque e cortam-lhe os meios financeiros. No Washington Post, no New York Times.

Robbin Niblett

Robin Niblett à frente da prestigiada Chatham House, o instituto de estudos estratégicos com sede em Londres. Niblett fora até aqui director no Institute of International and Strategic Studies de Washington.
Um reforço de peso da comunidade de RIs europeia.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Bush e o Iraque

Bush manda mais 20 000 soldados para o Iraque, segundo anunciou ao país à pouco. Afirma-o na necessidade de "ajudar a melhorar o ciclo de violência no Iraque". Parece que só ele [e o círculo dos incondicionais] o acredita. O relatório do grupo de reflexão sobre o Iraque fica em banho maria. Bush não evita um embate frontal com a maioria democrata no Senado e na Câmara de Representantes.
Na política - por vezes - a fuga para a frente parece o melhor paliativo para as fraquezas notórias. 3000 soldados pereceram numa campanha militar [que há muito] já deixou de ter qualquer sentido. O vespeiro do Médio Oriente não dá sinais de acalmar e este reforço de tropas está longe de contribuir para a serenidade necessária.
Venho há tempos defendendo que a única saída possível para o pântano iraquiano é a evolução para uma solução constitucional e política federativa, com regiões autónomas para xiitas, sunitas e curdos. O Iraque não é, verdadeiramente, uma nação mas uma constelação de várias mantidas, durante décadas, sob o jugo férreo e sanguinário de um ditador celerado, Saddam Hussein. O problema não está - como muitas vezes se vê afirmado - se o Iraque está mais livre sob o regime pós-Saddam. Mas como consolidar o respeito pela lei e a ordem no [frágil] Estado de Direito.
Muitas vezes, [regista Karl Popper num livro muito esquecido] surge na sociedade a crítica irracionalista que a democracia é impossível ou inconveniente dada a sua conflitualidade e intranquilidade e que é preferível o estado anterior, que Popper designa por sociedade tribal e fechada. Mas como também diz não é possível o regresso ao estado da inocência anterior à sociedade aberta:


"deter a mudança política não é o remédio, não traz a felicidade. Depois de sentirmos o apelo da razão e, com ela, da responsabilidade não podemos voltar para tás, para o estado de submissão à magia tribal, não há volta a um estado harmonioso da natureza, para voltarmos devemos retornar às feras"
Deviamos reflectir nisso

Carrilho

Diz Carrilho:
«Já apresentei a minha renúncia ao presidente da câmara. Gostaria de poder dar mais à cidade, que tem muitos problemas, mas julgo ser o mais responsável devida às dificuldades que enfrento», sublinhou.«Mas desejo os melhores votos ao executivo e espero que no final deste mandato Lisboa esteja melhor e seja uma cidade digna do nosso país», conclui.

X--X--X
Este estilo de política "pica e foge" está a tornar-se infelizmente comum no nosso panorama político. Os candidatos a líder apontam para o alto e quando falham acham que não têm de cumprir o do exercício da representação democrática. No caso, fazer oposição séria ao executivo camarário. Carrilho coloca mal o PS e a classe política. No caso, isso resulta de uma incomensurável vaidade pessoal e de uma arrogância intelectual que incomoda. Não se espera [acho] reacção da direcção partidária. Um mau exemplo.

Começar


O Além do Bojador inicia a sua viagem sideral pelo mundo da blogosfera afirmando-se como um projecto que liga um grupo de pessoas que soletram a língua portuguesa em diferentes partes do mundo e acrescentam-lhe a riqueza de ser a 6.a lingua entre as maiores do mundo pelo número dos que a falam: acima dos 200 milhões de pessoas.
O maior contigente situa-se no Brasil com cerca de 186 milhões, correspondendo a 51% da população da América do Sul. Neste sentido é a maior lingua franca de África, embora essa vantagem comparativa - para pegar numa imagem ricardiana - falhe aos nossos responsáveis políticos. O português estendeu-se a partir do século XV e XVI de Portugal para o Brasil, as Américas, Malaca na Malásia, Goa, Damão e Diu no subcontinente indiano, Macau na costa chinesa e Timor no Pacífico sul.
Outra grande invenção portuguesa é o crioulo ou crioulos que ainda hoje servem de dialecto de identificação de importantes comunidades espalhadas por África, pela Ásia e pelas Caraíbas.
O português é a língua de Camões, o poeta maior da língua portuguesa e de Fernando Pessoa, talvez o poeta português que melhor representa a alma portuguesa. Mas é também, como enorme orgulho, a língua dos Brasileiros, do samba, do Carnaval, das belissimas cidades da Baia e do Recife e de grandes escritores como Jorge Amado.
ALÉM DO BOJADOR liga a partir de agora, pessoas que vivem esse caldo cultural espalhados pelos cinco cantos do mundo. Os moderadores são gente que está em Pequim, em Macau, em Lisboa, em Nova Iorque e, provavelmente, na Cidade do Cabo. É esse o seu valor acrescentado, a pincelada de mundo que ajuda a ver os problemas do mundo de língua portuguesa de outra forma. Aquilo que se propõe aditar à esfera pública em língua portuguesa. Visitem-nos a partir de agora. Adicionem a nossa morada aos vosso blog e ajudem a espalhar a língua portuguesa.