Macário Correia foi acusado de assédio sexual a uma alta funcionária da Câmara Municipal de Tavira, situação que muito tem entretido a imprensa indígena, com especial destaque para o DN. Este interesse desmesurado por um apalpão merece-me, por isso, algumas considerações
Não percebo muito bem- à primeira vista- que só passado um ano a vítima tenha apresentado queixa e a notícia só agora tenha saltado para a primeira página dos jornais, mas talvez perceba melhor, se pensar que dentro de um mês haverá eleições no PSD e Macário Correia é mandatário de Marques Mendes. Depois do episódio com o filho de Helena Lopes da Costa durante a Festa do Pontal, esta cena parece vir mesmo a calhar, dentro de uma estratégia de desacreditação de Marques Mendes.
Não pertenço à família política laranja ( declaro-me mesmo, actualmente, órfão político) e pouco me importa quem ganhará as eleições no PSD. Não deixo, porém, de me interrogar porque é que a vítima (Teresa Sequeira) não reagiu prontamente com um estalo correctivo, no momento em que ( segundo as palavras da assediada) o Presidente da CM de Tavira a “apalpou”.
Penso que só é assediado quem se põe a jeito, mas mesmo que esteja enganado, acho que as coisas se devem resolver no momento exacto, entre os beligerantes, nem que seja à cacetada, no caso de a assediada se sentir lgitimamente ofendida.
Teresa Sequeira não é uma funcionária qualquer. É jurista e ocupa um lugar de chefia. Não era secretária do assediante nem – ao que consta- mantinha contactos profissionais de proximidade com Macário Correia. Em minha opinião, tal seria suficiente para se precaver dos assédios atempadamente e evitar esgrimir a questão em Tribunal.
Devo esclarecer que, ao longo da minha vida profissional, fui várias vezes assediado e, na maioria dos casos, não me importei nem opus grande resistência. Pelo contrário, senti-me orgulhoso por ter sido alvo da cobiça do sexo oposto. Concedo que, em algumas situações, ser assediado causou-me algum incómodo. Mas quando me apercebia que estava prestes a ser alvo de um ataque que considerava menos próprio, nem sequer dava azo a situações que me obrigassem a rechaçar a atacante. Um café nas proximidades ou um copo antes do jantar, punham tudo em pratos limpos.
Às vezes, estas desigualdades da igualdade do género têm o condão de me encanitar. Por mim, não me importo que me continuem a assediar. Convido, aliás, alguém a fazê-lo, pois há já muito tempo que ninguém me escolhe como presa. Estou disponível a não ser, claro, que não me agrade ser alvo de cobiça da assediante. Em qualquer dos casos, prometo não me queixar.