quinta-feira, 24 de maio de 2007

Sá Fernandes

Este cromo suscitou um incidente jurídico com a construção do túnel do Marquês que causou paralização nas obras e um prejuízo orçado em vários milhões de euros. Escudando-se atrás da imunidade de autarca, Sá Fernandes espera não ser responsabilizado pelos prejuízos que causou à edilidade e à cidade. O que é mais grave é que as indemnizações devidas ao empreiteiro terão que ser pagas. Não cabendo responsabilidade ao Estado, só vejo a Câmara poder ser demandada pelo facto. Se a Câmara constrói o seu orçamento à base das taxas cobradas aos municípes, só vejo uma saída, os municípes irão pagar do seu bolso a litigância de má fé do Dr. Sá Fernandes. Moral da história: espero que nas eleições antecipadas os co-munícipes tirem as devidas conclusões e empurrem o causídico para o destino indispensável: a inutilidade.

Romeu Francês

Segundo vejo no CM, Romeu Francês foi detido por burla qualificada de dez clientes, vindo procurando familiares de reclusos a quem prometia a liberdade, em troca de dinheiro.

Estranho. Tenho boa oponião de Romeu Francês. Foi meu assistente na faculdade de direito de Lisboa [creio dava direitos reais, mas não tenho a certeza] e fui acompanhando a sua actividade como advogado, no campo do urbanismo mas também no do direito penal. Pareceu-me um profissional sério e diligente. Acho estranho mas a vida às vezes dá muitas voltas.

Constituição Europeia

Diz a TSF Online
De passagem por Lisboa, Peter Mandelson, vice-presidente da Comissão Europeia afirma que Portugal vai ter que enfrentar duros desafios durante a presidência que assume no dia 01 de Julho. Numa entrevista à TSF, o comissário europeu para o Comércio Externo afirma que um Tratado simplificado é o único caminho possível.

Faz-se a "solução" de um articulado mais simplificado da Constituição Europeia nos meios europeus colocando-se com enorme probabilidade a aprovação do novo texto na CIG que será convocada lá para a segunda metade deste ano. O óptimo é o inimigo do bom.

O culto do "pequeno lider" em Portugal

Estes acenos salazarentos da nomenclatura pública portuguesa são sinais de um cultura de louva-chefe estúpida e bolorenta. O caso "Fernando Charrua" é bem a mostra do país.

Le Monde sem Colombani

A sociedade dos redactores do Le Monde reunida em assembleia geral recusa a recondução do director do grupo do jornal, Jean-Marie Colombani, a um terceiro mandato. Colombani é uma das vacas sagradas do jornalismo europeu, um homem reverenciado em vários quadrantes. É de certa maneira [a manter-se a oposição dos jornalistas] um tempo que chega ao fim. A que não será estranho a nova aragem que sopra em França.

Postais de Santiago 3- No Chile como em casa

Uma viagem ao Chile faz-me sempre sentir próximo de casa, pois é o país latino-americano que mais semelhanças apresenta com Portugal e os portugueses.
Nos tempos da ditadura , pensava que aquela gente taciturna e ensimesmada era o retrato de um povo angustiado, vítima de massacres perpetrados por um ditador que os americanos, benfeitores do mundo, colocaram no Poder pelos métodos mais bárbaros alguma vez utilizados no mundo ocidental, depois da Segunda Guerra Mundial.
Hoje, definitivamente enterrado Pinochet, o ditador fantoche que a srª Thatcher sempre protegeu, os chilenos usufruem de liberdade, vivem os alvores de uma Democracia com uma mulher de centro esquerda como Presidente, mas não perderam a sua maneira de ser. Continuam tristes e melancólicos, o País parece viver isolado da restante América Latina, como se os Andes fossem um obstáculo inultrapassável.
Há nestes chilenos que noite após noite invadem as esplanadas de Santiago uma nostalgia escondida, uma animação quase forçada, que me faz recordar mais as noites de Lisboa do que de Buenos Aires ou outra qualquer metrópole latino-americana. E nem lhes falta, para serem parecidos connosco, um Festival “Cançoneteiro” que torna Viña del Mar como uma espécie de irmã gémea da Figueira da Foz.
Quando estou em Santiago, passeio pelos arredores de La Moneda, vejo a saída dos alunos da Academia Militar ao fim de semana, me vejo obrigado a falar em surdina com pessoas que me contam os horrores da ditadura de Pinochet, vêm-me à memória fantasmas do Estado Novo e apetece-me regressar depressa a casa.
O Chile, definitivamente, não é a América Latina. Tal como Portugal também não é a Europa...

James Bond tem uma nova utilidade...artigo Diário Económico de 23.05.07

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/997209.html

Comentários no site são bem vindos!

Jardim Gonçalves tem poder a mais?

José Miguel Júdice diz que Jardim Gonçalves já tem poder que chegue
Novas regras criticadas por todos, incluindo a própria consultora do BCP.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Bico calado! Deixem respirar o esgoto...

Quando Paulo Rangel, no seu discurso do 25 de Abril, falou de “claustrofobia democrática” algumas mentes mostraram-se escandalizadas e outras deixaram escapar um sorriso de condescendente complacência para tamanha aleivosia.
O deputado do PSD ( agora com o mandato suspenso) sabia, no entanto, do que estava a falar. Talvez até já previsse o escabroso episódio ocorrido na Direcção Regional de Educação do Norte, onde um professor foi suspenso pelo facto de, no seu gabinete, ter feito uma referência jocosa e bem humorada acerca da licenciatura de Sócrates. O desditoso docente não faria a menor ideia que entre os seus colegas e amigos estaria um lídimo representante da nova PIDE, ou que a instalação de microfones escondidos em serviços da Administração Pública fosse possível no Portugal democrático. Enganou-se!
Não sabe quem foi o “bufo”, nem se a admiração do PM pelas virtudes das novas tecnologias radica na capacidade de denunciarem os que ousam emitir uma opinião que possa beliscar o “Grande Chefe”.
Depois de ter vivido as agruras do Estado Novo e ter “experimentado” o sectarismo dos comunistas, acreditei, durante muitos anos, que a Democracia era o modelo social da justiça e da tolerância. O que eu não esperava era que a Democracia pudesse ter ao seu serviço uma legião de Condes de Abranhos tão zelosos de agradar ao Chefe, que directamente, ou através de tecnologias sofisticadas, fossem capazes da mais torpe e aviltante prática que um ser humano pode exibir: a denúncia!
Pior do que isso, só mesmo dirigentes que a instigam e dela se aproveitam para atingir os seus fins.
Pior do que isso é uma Reforma da Administração Pública que visa essencialmente partidarizar o Estado e colocar nos lugares de topo militantes partidários sem qualquer estofo moral, qualidades humanas e desconhecedores dos princípios fundamentais da Ética.
Portugal já não é um País... é um esgoto!

Retrato de um país doente

Tenho uma relação dúbia com a Estatística. Usufruo dela para o meu trabalho, mas tenho frequentemente relutância em acreditar nos resultados que me apresenta.
Foi com esta mescla de sentimentos que ontem li os resultados de um inquérito que revela que “os portugueses não querem mais tempo para a família”. De acordo com o estudo realizado pala União Europeia , só um em cada sete portugueses empregados e com pelo menos um filho, reclama mais tempo para estar com a família. Ou seja, entre todos os parceiros europeus, os portugueses são os que demonstram estar mais satisfeitos com o tempo que lhes é disponibilizado para apoiar os familiares.
Dei- me ao trabalho de cruzar estes dados com um estudo realizado há dois anos, que concluía que os jovens portugueses são aqueles que estão menos tempo com os pais e mais se queixam da pouca disponibilidade que eles revelam para os “aturar”. Analisei, ainda, diversas legislações de países europeus sobre “Apoio à Família” e creio ter chegado a uma triste conclusão:apesar de os portugueses não serem dos mais favorecidos no concernente ao “Apoio Familiar”, a razão da sua satisfação deve estar na sua capacidade de desenrascanço. Senão, vejamos: nos três primeiros meses deste ano, foram detectados 15 mil baixas fraudulentas de longa duração( traduzido por outras palavras: 15 mil almas apresentaram, nos três primeiros meses do ano, atestados médicos que os inacapacitavam para trabalhar, por períodos superiores a 30 dias, apesar de não estarem doentes e em muitos casos desempenhar emoutras actividades profissionais como gerir os seus próprios negócios).
Estes parasitas que não se coíbem de onerar os seus compatriotas com baixas fraudulentas, certamente que não se preocuparão em exigir mais essa “benesse”, pois já lhes chega estarem a receber do Estado sem terem que trabalhar.
Se acrescentarmos a estes dados, os sucessivos pedidos de dispensa para consultas médicas próprias, acompanhamento do cônjuge, do filho, da sogra , do cão e do gato, leviana e alegremente autorizadas, chegaremos à conclusão de que realmente os portugueses não se podem queixar de falta de tempo para “apoio à família”.
Mas estes dados também demonstram que os portugueses são sornas, pouco produtivos e vivem numa espécie de “faz de conta” que os leva a acreditar que trabalham. Na verdade, apenas têm um emprego onde são pouco produtivos, preguiçosos e relaxados.
E assim se explica, em parte, porque Portugal está em vias de se deixar ultrapassar por países como a Eslovénia, a Estónia ou a República Checa, sendo relegado para um pouco auspicioso 20ª lugar no “ranking” da União Europeia.
O mais preocupante, é que tudo isto revela um País doente, minado nas suas entranhas, por um tecido social muito pouco saudável que ameaça destruí-lo.
Haverá solução? Eu ainda acredito. E vocês?

terça-feira, 22 de maio de 2007

Un socialiste au pouvoir en France

Bernard Kouchner lança a consternação nas fileiras socialistas ao aceitar um lugar de destaque no governo de Sakorzy. O incidente [mais que a metade do governo constituído por mulheres ou a lindissima porta-voz do governo, de ascendência árabe] tem lançado a polverosa nos jornais franceses. O tema é riquissimo em ilacções mas é mais profundo do que [o] saltar de bancada.
Por onde passa a linha divisória entre a ala liberal do partido socialista e os liberais acantonados na UMP? Se calhar não existe. Os princípios programáticos são os mesmos; a massa dos apoiantes a mesma. É um problema apenas de Sporting ou Benfica. O problema da França [e de Portugal, também] é que a estruturação partidária existente já não faz qualquer sentido. É um rebuço da reconstrução europeia depois da Segunda Guerra Mundial que já prescreveu. Falta à França [como a Portugal] um forte partido liberal que faça a diferença e aglutine todo este espaço político do centro. Defendo-o há 7 ou 8 anos embora creia que morrerei sem o ver realizado.

Política de emigração...

... nos Estados Unidos. É um debate central à pre-campanha presidencial e algo que divide, claramente, as opiniões. Sou sensível ao argumento que os Estados Unidos são, em percentagem da população o país que mais recebe emigrantes [e os integra] no mundo. Faz sentido um rateio do número de emigrantes. Por um principio claro: os recursos não são inesgotáveis; não há, nem faz sentido, um direito automático à residência e, a prazo, à nacionalidade. Por outro não creio que as democracias devam enterrar a cabeça na areia e fazer de conta que não existe este problema de exclusão. Estas comunidades devem ser integradas não colocadas à margem do prato dos benefícios sociais. Regra fundamental: compartilharem dos custos de cidadania.
Sobre o tema as leituras circunstaciandas do CATO Institute aqui e aqui.
PS. Também um excelente artigo de David Brooks no International Herald Tribune, hoje.

É preciso salvar a imprensa de qualidade

O alerta é de Jurgen Habermas, o flamboyant lider da escola de Frankfurt, segunda-feira no Le Monde.
O tema é central ao debate político e tem a ver com o compromisso terrível de tornar viável uma indústria e fazê-la cumprir o papel formativo e informativo que lhe cabe. Não creio que a saída seja a publicização dos jornais e periódicos. Essa via dá sempre asneira mas tallvez fazer os grupos multimedia cumprir certos critérios de qualidade. Como isso é compatível com o princípio da livre concorrência dentro do mercado comum europeu, isso é que eu não sei.

Postais de Santiago 2- Al Gore e a "cassette" pirata

Al Gore continua a sua cruzada ambientalista. A semana passada foi a vez de estar em Santiago , para proferir mais uma conferência. Não trouxe nada de novo ao seu discurso, limitando-se a repisar, como já fizera em Lisboa, as ideias que expressa no filme "Uma verdade Inconveniente" que lhe valeu um Óscar. Por essa razão, há já quem o acuse de estar sempre a desbobinar a mesma “cassette”.
Poderão ter alguma razão os críticos, mas a verdade é que a mensagem de Al Gore está a despertar uma maior consciencialização das populações e dos governos para os problemas ambientais, que nunca ninguém antes almejara. Al Gore arrastou outros nomes famosos como Leonardo Di Caprio ( excelente o seu documentário ambientalista exibido este fim de semana em Cannes) para a causa ambientalista, dando assim mais visibilidade a uma questão cuja importância apenas quem tem cifrões nos lugares dos olhos não consegue perceber.
Só por isso, Al Gore merecerá o reconhecimento do mundo inteiro. A sua actuação, apesar de algumas contradições patentes nas suas práticas, vai inelutavelmente reservar-lhe um papel na história da humanidade, pois já fez mais para salvar o mundo do que os Tony Blair e Bush deste Planeta. Embora sejam muito apreciados pela nova direita pela sua “sagacidade” na reabilitação do capitalismo selvagem, B&B ficarão para sempre ligados à história como os principais responsáveis pelo ressurgimento dos movimentos anti-terroristas que granjearam simpatias em todo o mundo, graças às suas políticas bélicas, assentes num rol de mentiras baseadas em provas forjadas que apenas visaram a satisfação dos seus desígnios pessoais.

Postais de Santiago 1- A morte do Enéas

No quarto do hotel , evitando sucumbir aos efeitos do “jet lag”, ligo a televisão efaço“zapping”, à procura de notícias que me tragam informações acerca dos resultados das eleições francesas. Detenho-me num canal brasileiro que anuncia a morte de ENÉAS Carneiro
Para os menos familiarizados com a política latino-americana, esclareço que ENÉAS era um anónimo cidadão brasileiro que, cansado dos políticos do “sistema,” criou o PRONA ( Partido da Reedificação da Ordem Nacional) e decidiu candidatar-se a Presidente Congresso em 1994. Os seus tempos de antena ( que nos últimos anos têm circulado na internet com grande sucesso) reduziam-se a pouco mais de um minuto, ( o tempo que por lei lhe era concedido gratuitamente) mas aproveitava-os tão bem, que rapidamente ficou conhecido em todo o Brasil, tendo alcançado o terceiro lugar atrás de Fernando Henrique Cardoso e de Lula.
Enéas “ o maluco” que se insurgia contra a “escumalha” governante, ainda com mais vigor do que o imigrante Sarkozy em França demonstrava contra os imigrantes seu conterrâneos, ficou conhecido pelas suas ideias excêntricas, cujo exemplo mais marcante talvez seja o de defender a bomba atómica para fins pacíficos.
Eleito em 2002 deputado pelo estado de S. Paulo, com mais de milhão e meio de votos ( a maior votação alguma vez alcançada por um candidato, em toda a história do Brasil...) Enéas pôs em polvorosa o “establishment” político que logo pretendeu alterar a Lei Eleitoral, no intuito de evitar o aparecimento na cena política de outros exemplares que pusessem em causa o “sistema”. Não foi preciso... Enéas morreu no dia 6 de Maio vítima de leucemia, deixando em paz e sossego os “donos da bola” da política brasileira. Os seus vídeos, porém, continuarão a percorrer o mundo através da Internet.

A pedido de várias "famílias".....

....vai aqui a segunda parte do artigo sobre o Congresso do Partido Comunista Chinês. Se se pensar que em cada cinco habitantes do planeta um é chinês talvez se perceba melhor a transcedência do que se passará ali.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Só este cromo é que me fazia rir...

"Quando, na semana passada, soube que deveria ser ele o candidato do PS à Câmara de Lisboa, interroguei-me: no seu lugar eu faria o mesmo? Se eu fosse número dois do Governo, trocaria o cargo pelo de candidato à Câmara?". No SOL.

Se "eu" fosse? Quem, o arquitecto Saraiva??????

Helena Roseta...

...sempre avança para a Câmara apesar do PS ter escolhido um bom candidato [António Costa]. Mais que uma candidatura é uma ruptura com a "família política" a que se acolheu quando saiu do PSD, em ruptura com Cavaco Silva. Destoava, provavelmente, no mar socialista das auroras rosas.
É excelente que exista este pluralismo de alternativas nas candidaturas à Câmara. Os portugueses escolhem assim entre mais hipóteses. Se estivesse em Lisboa seguiria a proposta do meu partido e apoiaria Fernando Negrão. Acho-o um bom candidato, com vontade e capacidade de realização como provou nos postos públicos por que tem passado. O resultado da campanha e das urnas será um imponderável. Mas acho que já chega de vencedores a priori. Que digam a que vêm e que sejam julgados nas urnas.

Asnos e camaleões

Ferreira Fernandes chamou "pedaços de asno" àqueles que consideraram Sarkozy fascista e racista. Não fica bem a um jornalista insultar os seus leitores, mas vindo de quem vem, não é causa para espanto.
Incluo-me no número dos que não confiam em Sarkozy e o consideram isso mesmo: racista e fascista. E prefiro ser considerado asno ( no caso de Sarkozy vir a provar que me enganei) do que ser camaleão como FF.
Ficarei a aguardar com atenção mais uma cambalhota do "prosador das conveniências" e à espera de que troque as páginas dos jornais pelos palcos do circo. Dizem-me que já há por lá demasiados contorcionistas e malabaristas, mas não há nada como tentar!

O Harakiri de Sócrates?

António Costa será o candidato do PS à CML. Sem grandes alternativas para uma coligação com o PC e o BE ,depois de Helena Roseta ter anunciado a sua candidatura, Sócrates decidiu jogar uma cartada forte e apresentar um trunfo com grandes probabilidades de sair vencedor.
A escolha é , porém, de alto risco. Se António Costa for derrotado, Sócrates ficará mais isolado no Governo e com menos espaço de manobra no seio do próprio PS. Uma nova derrota eleitoral ( será a terceira depois da vitória nas legislativas de 2005, porque a Madeira apesar de tudo não conta para a estatistica) significará a entrada definitiva num plano inclinado que dificilmente conseguirá reverter a seu favor em 2009.
Mas se António Costa ganhar, o problema não será menor. Apesar de ver a sua moral levantada com uma vitória em Lisboa, Sócrates perderá o seu nº 2 e, mais do que isso, passará a ter em António Costa um novo adversário, com legitimidade para aspirar ao lugar de secretário-geral do PS, esgrimindo sempre o argumento de ter ganho umas eleições que o PM nunca enfrentou ( a vitória em 2005 foi mais baseada no cansaço dos eleitores em relação ao PSD, do que à custa de méritos pessoais) .
António Costa irá, também, fazer muita falta a este Governo. Porque tinha muito peso e porque nas suas mãos estavam os principais “dossiers” da Presidência europeia. Além do mais, se a operação do combate aos incêndios que se avizinham num Verão que se anuncia como o mais quente de sempre for um fracasso, não faltará no PS e no País, quem se lembre de António Costa.Mas o actual ministro da Administração Interna também não terá muitas razões para esfregar as mãos de contentamento, no caso de ser eleito Presidente da autarquia lisboeta. Sobre isso, porém, falarei mais tarde

Poliítica e futebol

Política e Futebol

As regras da política estão cada vez mais parecidas com as do futebol. Veja-se, por exemplo as eleições para a Câmara de Lisboa...
Os aspectos tácticos: Os rigores tácticos e as tácticas defensivas tiraram emoção e brilho ao futebol e ameaçam dar cabo do espectáculo. A escolha do PS foi meramente táctica. Penso que António Costa ganhará sem grande dificuldade, pois irá tirar espaço a Helena Roseta.
O PSD não teve táctica (nem tacto...) , apresenta um ponta de lança sem grandes rasgos e não “joga” como equipa, é um somatório de indivíduos com problemas de “balneário” e pouco respeito pelo treinador. Normalmente, dá derrota... e se Carmona se recandidatar, pode ser mesmo um descalabro.
Presumo, porém, que também por parte dos eleitores irá haver muitos votos tácticos, nomeadmente por parte de socialistas descontentes com Sócrates
A arbitragem: Como acontece no futebol, a arbitragem ( Governo Civil) foi contestada por ter marcado as eleições para 1 de Julho. É verdade que os “grandes” - Partidos com assento na Câmara - manifestaram a sua concordância, mas os “pequenos” independentes ( que no futebol lutam por que lutam por um lugar na Europa ou para não descer de Divisão e em política para ter 1 lugarzito no palco das grandes decisões)) não se cansam de acusar o árbitro de parcialidade e de insinuar que foi uma cedência da Governadora Civil ao seu patrão ( António Costa). Um “Apito Dourado” em perspectiva. Mais uma tarefa para Maria José Morgado ( a “levezinha” do Sporting , desculpem... da política) resolver?
Conselho de Justiça: No futebol há um conjunto de pessoas, entre as quais se incluem alguns juízes, que integram o Conselho de Justiça e gostam de fingir que aplicam leis
( quando não têm afazeres mais importantes, como jogar bridge ou similar). Na política também há uns órgãos cujos titulares gostam de fazer palhaçadas para animar o circo.
Os oportunistas: Helena Roseta protestou contra data das eleições, o TC deu-lhe razão e logo Paulo Portas se pôs em “bicos de pés”, à boleia de uma decisão cuja mentora foi a ex-deputada PS/ PSD. reponderar Oportunistas que singram à custa do trabalho de outros também não faltam no futebol, mas o maior beneficiado será certamente Carmona Rodrigues que depois de dizer que não se candidatava, já admite vir a recandidatar-se. O PSD espera que não o faça.

Freitas do Amaral

Há duas coisas que aprendemos com a idade. A venerar os mestres ainda que tenhamos discordado deles; a estimar os amigos que nos acompanham na estrada longa da nossa vida, ainda quando de vez em vez nos tenhamos aborrecido. As duas coisas são prazeres ignaros que só se disfrutam com a idade e a maturidade que os acompanha.
Esta semana jubila-se um dos meus Mestres, o Prof. Freitas do Amaral. Fui seu aluno por duas vezes nas carteiras da Faculdade de Direito de Lisboa nos anos 70 e na Universidade Católica Portuguesa, no fim dos anos 90. Não foi, por um triz, meu orientador de doutoramento. Agora que se retira quero deixar aqui o preito de admiração e estima ao homem, ao académico, ao investigador e ao político. A ele devemos [também] a serenidade última da normalização democrática. Pessoalmente devo-lhe as magnificas lições que lhe ouvi e a estima que teve para comigo.
Bravo Professor! Até um dia!

Futebóis

Percebo que o país se entretanha na "rêverie" do futebol para esquecer outros assuntos mais amargos, como a incompetência dos políticos. Mas também aí o público não pode cuspir para o ar e apregoar que a culpa não é sua. Os políticos são - em qualquer conjuntura - a expressão da comunidade donde ascendem. Têm os tiques, os defeitos e as qualidades desta. É verdade que há políticos que dizem o contrário e falam no "bom senso" dos eleitores. Tenho sempre a sensação quando o oiço que me estão a chamar estúpido. Voltando ao princípio parabéns ao Porto e ainda mais ao Sporting, pela ponta final.

Israel avança para Gaza

Confirma-se o que previ aqui. A culpa é exclusivamente dos palestinianos. No Público.

domingo, 20 de maio de 2007

Sarkozy, o fascista....

[...] Acontece que Sarkozy, entre os famigerados defeitos que tem, trabalha rápido. Balanço da 1.ª semana: o fascista deu como exemplo aos liceais um jovem herói comunista fuzilado pelo nazis; retrógrado, o seu Governo tem metade mulheres; sectário, nomeou vários socialistas; racista, fez porta-voz a ministra da Justiça, uma árabe. Os pedaços de asno tinham razão em não gostar dele. Sarkozy é um perigo para os pedaços de asno.

Ferreira Fernandes, no DN

Morre um dos assassinos de Daniel Pearl

Saud Memon, o paquistiniano que foi acusado de ter colaborado na morte do jornalista do Wall Street Journal, Daniel Pearl [ao lado] depois do seu rapto em 2002 terá morrido de tuberculose memingite diz a imprensa internacional. O islamista Ahmed Omar Sheikh seria condenado à morte pelo assassinato de Pearl enquanto outros três cumplices cumprem penas de prisão perpétua.
Como diz o Corão que a sua alma sofra até à eternidade as chamas do inferno.

Timor, Horta e o revivalismo presidencial

Ramos Horta presta juramento como segundo presidente democraticamente eleito do ultimo país a juntar-se à comunidade das nações. Personalidade relevante da resistência timorense no exterior, representante pessoal de Xanana de Gusmão, quando as rivalidades das facções políticas internas impediam uma unidade à volta de princípios essenciais, Horta é um homem chave na transição do "poder revolucionário" para o poder civil.
Timor viveu o seu Verão Quente no ano transacto e ele conduziu à instalação de mais um contigente de manutenção de paz da ONU . Essa presença não se pode eternizar.
É bom que Horta represente o 25 de Novembro dos timorenses e o regresso dos militares aos quartéis. A colocação da "revolução" no tracking correcto para a normalidade democrática. O presidente de Timor tem uma enorme importância não tanto pelos seus poderes constitucionais, mas pelo seu poder institucional activo. Como a crise do ano transacto demonstrou.
Vejamos agora o processo que levará às eleições legislativas em semanas. A FRETILIN espera uma vingança histórica sobre Xanana e seus aliados próximos. Pessoalmente acho uma asneira a formação do partido presidencial. Xanana não tem perfil nem condições políticas para primeiro-ministro. Teve o seu indelével papel histórico. A sua teimosia lembra-nos os exemplos tristes do "cronism" africano, o apego ao poder pelo poder.
Nós tivemos o nosso eanismo mas ele não nos levou a lado nenhum. Antes baralhou o sistema político sem nada de válido a acrescentar.

Tréguas na Palestina?

O Hamas e a Fatah aceitam mais um interregno na sua recente violência de clãs. Mais do que uma partilha de poder que facilite a estabilização da situação palestiniana as principais facções armadas querem o vitória [definitiva] sobre o adversário. Dificilmente teremos aqui a repetição da consulta popular já que o Hamas considera-se legitimado pelo veredicto popular.
Em Gaza os ataques de misseis contras as vilas israelitas no outro da fronteira multiplicam-se. Bem como o número de vítimas civis, entre crianças e mulheres. É provável que exista aqui uma manobra de provocação para provocar uma nova incursão israelita e o adiamento da retirada de Gaza.
Para os extermistas palestinianos o pior é o melhor.
Dificil a acção da ONU e dos países interessados em arbitrar um fim para este conflito.