sexta-feira, 18 de maio de 2007

quinta-feira, 17 de maio de 2007

António Costa rodeia-se de "exs"

Com o lema de campanha "Rigor", António Costa constitui mandatários José Miguel Júdice (ex-dirigente do PSD) e Saldanha Sanches (finanças). Na TSF online.

Não sei se este é um bom começo para António Costa.Fazer-se rodear de [exs] para pretextar abrangência não é a melhor táctica. Como dizia o Carlos Oliveira num post seu começamos a estar fartos de "independentes" que de repente amuam, batem com a porta e começam a zurzir os partidos quando as coisas lhes correm mal. Gerem uma pirâmide de interesses e amigalhaços a quem entregam os contratos de mão-beijada e acham que não têm de prestar contas a ninguém. Recorde-se a bem da verdade que esta moda dos independente foi introduzida pelo Partido Socialista e por António Guterres com a mania que a classe política estaria divorciada dos interesses das populações, blá blá blá...
Está ainda para provar que a gestão autárquica dos independentes é a melhor. Como o exemplo Carmona Rodrigues bem documenta.

Paul Wolfowitz sai

Segundo reportam os jornais Paul Wolfowitz sai do Banco Mundial provavelmente com uma choruda indemnização. Um dos episódios mais "brilhantes" da administração Bush, projectando os milhafres da sua horda para cargos que manifestamente não têm qualquer preparação. O que me surpreende neste caso é a arrogância do bicho parecendo que o mundo está a seus pés e que lhe tem que prestar vassalagem. Triste episódio.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

DELARA DARABI

Delara é uma jovem iraniana que se encontra condenada à morte por um crime que reclama não ter cometido. Assumiu as culpas por um antigo namorado que terá cometido um assassínio. Espera desde os 18 anos nos corredores de morte no Irão para ser morta por enforcamento. Entretanto pinta e descreve a negritude do seu destino. É um dos 32 jovens iranianos que esperam a aplicação da pena de morte. Só o lider supremo do Supremo Tribunal iraniano pode suspender a pena, mas não é crível que o faça. Alguns dos quadros de Delara.

Oh Palestina, Palestina!

Os confrontos entre as milicias do Hamas e da Fatah nos últimos dias tornaram ingovernável o processo político palestiniano. O poder está na rua e o presidente palestiniano Mahmoud Abbas mostra-se incapaz de pôr ordem e reprimir os autores dos desacatos. Ninguém obedece a nada nem aos chefes políticos nem à Autoridade Palestiniana.
O povo palestiano não se sabe governar, nem se deixa governar. É daqueles casos da história com que todos nos condoíamos pela injustiça do destino, pela recusa dos "grandes" em permitir-lhes a autodeterminação que afinal parece não quererem tomar o destino nas suas próprias.
Era fácil quando se tinha um inimigo comum - Israel - a quem atribuir as culpas de todos os falhanços. Agora esse inimigo mostra-se desinteressado da sua sorte e deixa o tempo correr em seu favor,
O rei Abdullah da Jordânia, o presidente egípcio Mubarak, o chefe da Liga Ärabe, Amr Moussa, já fizerem ecoar a sua condenação pelos desacatos, mas dificilmente nas fileiras das facções alguém ouvirá a voz do bom senso. O governo de coligação entre o Hamas e a Fatah rompeu pelas costuras e é cada vez mais difícil evitar o alargamento da guerra civil. Ontem foram sitiados os jornalistas que fazem a cobertura noticiosa na Faixa de Gaza. Amanhã ninguém sabe o que pode acontecer?
Só vejo uma saída: a intervenção militar de Israel para assegurar a sua fronteira.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Fernando Negrão

Boa aposta de Marques Mendes para Lisboa. Parece que me ouviu.
Fernando Negrão é uma excelente escolha, pela sua capacidade de liderança, pela sua capacidade de realização de que é bom exemplo o tempo que esteve à frente da Polícia Judiciária, tendo ainda como valor acrescentado o facto de ter experiência como vereador na Câmara Municipal de Setúbal. Barrosista de boa cepa, Fernando Negrão é uma escolha mais credível que Fernando Seara [considerado a escolha anterior de Marques Mendes] um dos "enfant gatée" da política lisboeta que me parece ter mais marketing pessoal do que substância. Temos candidatos e obra, sim senhor. Se o PSD no seu conjunto se envolver neste combate é possível bater António Costa.

António Costa e Rui Pereira

Confirmado António Costa em Lisboa, uma excelente e arguta escolha de José Sócrates. Escolha que não desguarnece o PS no governo [também concordo] mas que prepara outra coisa mais importante: a sucessão de José Sócrates como secretário-geral.
2-0 pronto.
Excelente escolha de Rui Pereira para o ministério da administração interna. Conheço o Rui desde a década de 70, tendo sido seu condiscípulo na Faculdade de Direito de Lisboa e meu companheiro na célula comunista da mesma faculdade. Esteve - creio - na brigada que presenciou o assassinato de Alexandrino de Sousa pela UDP. Um homem determinado, corajoso, casmurro com faro e sentido de destino. Peculioso com os detalhes, organizado, irá fazer um excelente lugar. O Ruizinho como lhe chamávamos com amizade.

Deixem-me....

recomendar-lhes alguma música. Dois discos "imperdíveis" de e sobre uma grande autora/compositora.

O PS antecipa-se para a Câmara de Lisboa

"A Comissão Política Nacional do PS reúne-se hoje ao fim da tarde para oficializar a escolha de António Costa como candidato socialista às eleições intercalares para a Câmara de Lisboa, ontem marcadas pelo Governo Civil da capital para 1 de Julho. A escolha do actual ministro de Estado e da Administração Interna como candidato à sucessão de Carmona Rodrigues vai obrigar a uma remodelação governamental, que fonte socialista disse à Lusa na noite de segunda-feira que será apenas "cirúrgica". No Jornal de Negócios.

Conheci o António Costa de raspão. Sou amigo do padrasto, Coronel Pedroso Marques, que foi presidente da LUSA. Tenho ideia dele de um homem sério, trabalhador, dedicado que gosta do "work done". Acho que destoava na "administração interna", perseguido pela sombra de Alberto Costa, um ministro e político claramente inferior. É a escolha certa do PS para Lisboa e "liquida" as pré-candidaturas de Helena Roseta e João Soares. Em sentido contrário, Paulo Gorjão aqui.
Espero que Marques Mendes avance com uma candidatura de idêntico peso e que não se limite a secundar segundas escolhas da distrital de Lisboa. O desafio geracional é claro e já chega de políticos seniores e figuras decorativas. Ainda que louras e bonitas...
Já agora porque não fazer avançar Eduardo Cabrita para a administração interna?

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Ainda sobre a Russia e o Ocidente

- Tough Dog, Selective Bark, Rose Gottemoeller, International Herald Tribune, May 4, 2007
- Russian reactions to U.S. foreign policy, Greg Granger, American Policy, May 6, 2007

O "bouclier" anti-missel da NATO e o Sr. Putin

Condoleezza Rice está em Moscovo a procurar serenar Vladimir Putin sobre as intenções norte-americanas e a projecção do dispositivo da Aliança Atlântica para Leste. O "atacante" previsível é o Irão mas ninguém tira da cabeça dos russos e dos observadores que Moscovo é ficcionado entre os possíveis atacantes futuros. Há uma diálise aqui: americanos e europeus funcionam no quadro das ameaças pós-Guerra Fria; Putin do quadro da arrumação de poderes na Guerra fria.
Outro dia dei comigo a pensar: há algo claramente brejneviano na conduta política do inquilino do Kremlin. Até pela sua educação política e estratégica como quadro do KGB, Putin acredita numa Europa com esferas de influência condicionadas pela projecção do poder específico. Mas existe no seu raciocínio um hiato. A Rússia perdeu o lugar ao estrelato de superpotência mais por culpa própria do que por vantagem do adversário. É uma potência nuclear, é uma economia de mercado algo caótica, apesar das taxas de crescimento que tem atingido nos últimos anos. Mas é ainda um poder industrial no sentido da velha ordem dos pactos militares [que já feneceu]. A economia dos serviços faz o seu caminho, tentativamente, mas os senhores do Kremlin jogam ainda nos velhos paradigmas e na cansada lógica da influência. A fronteira leste da União Europeia está hoje na Bielorússina e na Ucrânia não na república checa.
Pena que não tenhamos um politico europeu com "eles no sítio" para o explicar ao Sr. Putin. Terá que ser a Dra Rice a fazer as despesas da conversa. Ela tem duas vantagens pela sua parte: fala fluentemente russo e conhece a política soviética como as suas mãos. Nós [europeus] temos um Sr. PESC que há quase três anos faz figura de idiota e uma comissária de relações externas que ninguém conhece pelo nome.

domingo, 13 de maio de 2007

Não posso deixar de concordar com Miguel de Sousa Tavares

[...] Ainda hoje não se me varreu da cabeça a imagem do padre Frederico, esse sinistro pedófilo e assassino brasileiro, cuja prisão o bispo do Funchal teve a audácia infame de comparar ao martírio de Cristo, e a quem uma juíza benevolente concedeu uma saída precária que terminou com a sua fuga impune e eterna para o Brasil. Na minha própria escala penal, não existe crime mais odioso do que a pedofilia. Se eu mandasse, todos os pedófilos seriam compulsivamente sujeitos a castração química - e logo ao primeiro cometimento, porque não acredito na sua regeneração. As penas seriam cumpridas integralmente até ao final e seriam perseguidos judicialmente todos os utilizadores de «sites» e outro material pedófilo.[...]

X--X--X


O Miguel tem a capacidade de nos comover com as opiniões desempoeiradas que defende com enorme coragem. Nada devendo nada a ninguém pode falar alto e grosso. Talvez acrescentasse ao que diz no Expresso que quando se vê regressar, com enorme força, a moralidade das sacristias e das velhas beatas que os padres que um pouco pelo mundo fora ameaçam e abusam de crianças cuja miséria [ou abandono] as colocou na dependência da assistência religiosa deveriam ser obrigados a usar o cirílico até aos fins dos dias. Talvez aí percebessem a enormidade do seu crime e penassem - com dor equivalente - por ele.