quarta-feira, 16 de maio de 2007

Oh Palestina, Palestina!

Os confrontos entre as milicias do Hamas e da Fatah nos últimos dias tornaram ingovernável o processo político palestiniano. O poder está na rua e o presidente palestiniano Mahmoud Abbas mostra-se incapaz de pôr ordem e reprimir os autores dos desacatos. Ninguém obedece a nada nem aos chefes políticos nem à Autoridade Palestiniana.
O povo palestiano não se sabe governar, nem se deixa governar. É daqueles casos da história com que todos nos condoíamos pela injustiça do destino, pela recusa dos "grandes" em permitir-lhes a autodeterminação que afinal parece não quererem tomar o destino nas suas próprias.
Era fácil quando se tinha um inimigo comum - Israel - a quem atribuir as culpas de todos os falhanços. Agora esse inimigo mostra-se desinteressado da sua sorte e deixa o tempo correr em seu favor,
O rei Abdullah da Jordânia, o presidente egípcio Mubarak, o chefe da Liga Ärabe, Amr Moussa, já fizerem ecoar a sua condenação pelos desacatos, mas dificilmente nas fileiras das facções alguém ouvirá a voz do bom senso. O governo de coligação entre o Hamas e a Fatah rompeu pelas costuras e é cada vez mais difícil evitar o alargamento da guerra civil. Ontem foram sitiados os jornalistas que fazem a cobertura noticiosa na Faixa de Gaza. Amanhã ninguém sabe o que pode acontecer?
Só vejo uma saída: a intervenção militar de Israel para assegurar a sua fronteira.