sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Bom fim de semana!

Nem de propósito. Depois de ter escrito hoje o post( ainda o artigo deBB) leio isto algures na blogosfera:
"Vale a pena ir ao espectáculo do BCP, também ele exemplar. De um lado a gravitas esperável da Opus Dei, da alta, dos senhores que de uma ponta à outra transparecem ordem, respeito, dignidade, influência, poder; do outro Joe Berardo, o novo-rico, o parvenu, pouco respeitador das convenções da alta..."
Quem escreveu isto ? Adivinharam, foi mesmo JPP no Abrupto!
Até p'rá semana, esperando obter a resposta do nosso companheiro de viagem Philip, acerca da questão que lhe coloquei.

Dúvidas de fim de semana

Não se trata de uma produção portuguesa, mas vale sempre a pena ver. E quem quiser convívios mais prolongados com ela , é sempre possível tê-la como companhia durante o fim de semana , vendo filmes como Scoop ou Match Point.
Talvez alguém mais perspicaz seja capaz de encontrar a solução para o enigma que atormenta muito boa gente na blogoesfera ( principalmente “nuestros hermanos” andam obcecados): os seios dela são verdadeiros ou obra do silicone?

Pedido de ajuda...

Será que o colega de blog Philip pode desvendar o nome da beldade que ontem aqui colocou? Peço desculpa pela minha ignorância, mas não sei mesmo quem é!

Rapidinhas 26- Já não há pachorra!

As acusações da imprensa inglesa à actuação da PJ, no caso Maddie são chauvinistas, bacocas e provincianas. São a imagem de uma sociedade que se julga exemplar e não tolera que os outros ajam de acordo com os seus próprios ditames.
Vivi várias anos em Inglaterra e sempre pensei que o país seria bastante melhor se lá tivessem posto um povo menos arrogante e auto-convencido, mas sempre respeitei e admirei a imprensa inglesa que via como exemplo de ponderação e rigor.
Hoje, tudo é diferente. Londres – que na altura conhecia melhor do que Lisboa- deixou de ser para mim uma cidade atraente onde voltava sempre que podia. Passou a ser um mero “stop over” em viagens para as Caraíbas, ou destino profissional. E quanto à imprensa inglesa, já só muito esporadicamente a consulto. Notícias pré-fabricadas, com objectivos e destinatários cirurgicamente escolhidos, já temos que chegue em Portugal. Para quê perder tempo a ler jornais ingleses?

Leitura para o fim de semana

Às vezes, os sonhos ajudam-nos a compreender melhor o mundo. Este livro de Luís Sepúlveda ( O Poder dos Sonhos ) não fala dos sonhos, mas ajuda-nos a conhecer uma parte do mundo e a ver a realidade por outro prisma, que não seja o do "pensamento politicamente correcto". Lê-se num instante, mas a sua digestão pode ser difícil para quem não seja capaz de sonhar com um mundo diferente...

A "Francesinha"- 40 anos de resistência

Hoje em dia não precisamos de ir à Argentina para comer um “bife de chorizo”, a Espanha para comer uma boa “paella” , a Marrocos para comer “couscous” nem ao Japão para comer “sushi”. A globalização – para além dessa péssima criação que é a "cozinha de fusão" -permitiu que a gastronomia típica de cada país se internacionalizasse e se tornasse acessível em todo o mundo ocidental.
É verdade que a cozinha portuguesa, talvez fruto das suas características, não tem sido dada a muitas experiências internacionais. De qualquer modo, já é possível encontrar em vários países o “bife à portuguesa”, o “bacalhau à Lisbonense” ou os pastéis de nata.
Há, no entanto, um prato que resiste a qualquer internacionalização: a “francesinha”.
Criada nos anos 60 por um cozinheiro que tinha sido emigrante em França, esta iguaria permaneceu, durante quatro décadas, confinada à cidade do Porto - onde teve origem.
Nos últimos anos a sua popularidade propagou-se a outras zonas do país mas, garante-vos um apreciador deste delicioso manjar, que não existe em nenhum outro local uma única réplica que mereça os louvores dessa criação do restaurante “A Regaleira” , na Rua do Bonjardim.
Fiz várias tentativas, em vários restaurantes do país, mas quase todas se revelaram decepcionantes. Não só ao nível dos ingredientes, mas também no que concerne ao ponto de cozedura do pão e à textura do molho, nenhuma se compara às que se podem comer em alguns locais do Porto ( mas aviso desde já que também no Porto se vende muita “francesinha” que não respeita os cânones idealizados pelo seu criador). Registo com apreço a resistência à globalização desta iguaria ímpar nascida à beira do Douro. E sugiro a experiência durante o fim de semana.

A propósito de Chavez e as eleições presidenciais na Argentina

[...] Hoje o perigo comunista já não é iminente, mas sorrateiro. Ao contrário do nazismo que foi vencido numa guerra mortal, o comunismo caiu por si, fazendo esquecer os milhões de mortos que provocou. Relativizar a ideologia comunista, reduzindo-a a um conjunto boas intenções, é perigoso quando bem sabemos que esta, a par do fascismo e do nazismo, sempre defendeu o fim da liberdade individual e o emprego de meios totalitários com vista a fins contrários à natureza humana.[...]
No Insurgente

Já somos dois

[...]Ainda não li as memórias de Zita Seabra mas uma coisa eu sei – a vida dela como editora é certamente mais divertida (e entusiasmante) do que a vida pretérita – a de militante comunista.Sou um consumidor frequente da Alêtheia. Num país que lê pouco, a iniciação de Zita Seabra no capitalismo fez-se num mercado de risco. Tudo indica que lançar uma editora com identidade – e qualidade – foi uma aposta ganha. Para citar apenas dois exemplos de 2007, Zita Seabra trouxe aos leitores indígenas – assim diria Vasco Pulido Valente – dois intelectuais cuja divulgação parava em Madrid, como tantas outras coisas param.[...]
No Ligações Perigosas

Ainda o artigo do BB

Pois... para mim, o essencial do artigo do BB não é a "problemática religiosa". O essencial é uma ( acho chamada de atenção excessivo, mas fica mesmo asssim...) para o excessivo relevo que tem sido dado ao caso Millenium BCP e uma demanda de relativização de uma questão que está a ser encarada como superlativa no plano mediático, quando num mundo normal deveria ser tratada com menos empolamento.
Eu sei que não vivemos num mundo normal, mas permitam-me que eu queira ser normal. Confesso que não percebo ( nem quero...) as razões da desavença entre Jardim e Teixeira Pinto. Talvez perceba melhor as de Berardo (está em jogo o que é seu) mas também não estou certo se é apenas isso que o move...
O que verdadeiramente me preocupa é viver num mundo regido pelo primado da economia, que se sobrepõe às regras básicas da solidariedade humana, valor esse que, para mim, é o fundamental motor de progresso. Provavelmente estarei errado... mas gosto de viver com esses valores. Continuarei a ser lírico até ao fim ( assim o espero...)
Quanto às preciações que fazes ao BB desculpa lá, Arnaldo Gonçalves, mas continuo a ter por ele o apreço e amizade que nutro pelas pessoas que foram importantes para mim. Foi um dos meus "mestres" nos primórdios da minha actividade de jornalista e com ele aprendi muito. Errou durante o PREC? Talvez... mas quem não teve desvarios ( de esquerda e de direiat) naquela época que atire a primeira pedra. Sabes tão bem como eu que alguns dos lídimos representantes da política portuguesa mais conservadores foram "revolucionários" à época e - muito provavelmente- não se orgulharão hoje em dia de algumas barbaridades que então cometeram.
Se é fácil desculpar essas atitudes como "desvarios juvenis", também não se pode criticar quem manteve ao longo da sua vida os seus valores e as suas convicções, só porque em determinados momentos as achamos normais e mais tarde vimos a discordar delas. O mundo e as pessoas não podem ser analisados pela estricta regra da temporalidade...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Kiran Desai

The Inheritance of Loss tem já tradução portuguesa. Na Porto Editora. Tentem esta versão. Avanço penosamente na versão original. O livro é lindissimo e profundo mas o vocabulário rebuscado. Perde-se muito do pormenor poético e descritivo e o uso conjugado do dicionário para mim é penoso. Arrisco na tradução embora algumas edições da Gradiva e da Bertrand deixassem muito a desejar. Vejam o que digo aqui.

Man Booker Prize 2007

Anunciada a longlist do reputado Man Booker Prize, o prémio para a melhor obra literária publicada em língua inglesa. Com base nesta lista de 13 livros será para o fim do ano anunciada uma mais curta donde será seleccionado o melhor do ano. Tenho, religiosamente, seguido os critérios da comissão Booker, onde pairam alguns dos grande valores da novelística inglesa. Recordo que o ano passado foi galardoada Kiran Desai, a escritora anglo-indiana, com a obra Inheritance of Loss publicada pela Grove Press em 2006.
Da lista deste ano chamo a atenção para On Chesil Beach do galardoado Ian McEwan já disponível na Gradiva e para dois autores com obras anteriores publicadas em português: Nicola Barker, À Flor da Pele [Gradiva]; Anne Enright, O prazer de Eliza Lynch [Teorema].
Aqui vai a lista sem ordem especial e com o editor entre parêntesis:

  • Nicola Barker, Darkmans [Fourth Estate]
  • Edward Dock, Self Help [Picador]
  • Tan Twan Eng, The Gift of Rain [Myrmidon]
  • Anne Enright, The Gathering [Jonathan Cape]
  • Moshin Hamid, The Reluctant Fundamentalist [Hamish Mamilton]
  • Peter Ho Dacvies, The Welsh Girl, [Sceptre]
  • Lloyd Davies, Mister Pip, [John Murray]
  • Nikita Lalwani, Gifted [Viking]
  • Ian McEwan, On Chesil Beach [Jonathan Cape]
  • Catherine O'Flynn, What was lost [Tindal Street]
  • Michael Redhill, Consolation, [William Heinemann]
  • Indra Sinha, Animal's People [Simon & Schuster]
  • A. N. Wilson, Winnie & Wolf [Hutchinson]

For those about to admire... we salut you


Numa adaptação livre de um célebre tema dos AC/DC.
For those about to rock, we salut you.
Uma parte do mais interessante que as gentes portuguesas produziram nos últimos anos...

Excessivo

Permito-me discordar do tom comicieiro de Baptista Bastos na sua crónica assanhada no DN. Não me movem simpatias particulares com a Opus Dei, mas cruzo-me com algumas das suas figuras emblemáticas na Universidade Católica, onde tirei o mestrado e tiro agora o doutoramento. É de péssimo gosto atacar os outros pelas convicções religiosas que têm e pela prática da sua religião de escolha, ainda que minoritária. Não temos direito a isso. A democracia consiste nesse pudor e a primeira das liberdades como ensinou Benjamin Franklin é a liberdade de religião. Que o Sr. Baptista Bastos no seu esquerdismo ressaibiado se contenha com um ateiismo básico e virulento está no seu direito. Mas é preciso lembrar que este anti-clericalismo buçal deu o resultado que pagámos com 50 anos de salazarismo e o resto que nos andamos a levantar. A suficiência do Sr. Baptista Bastos como do Sr. José Saramago tem a mesma origem: o estalinismo bolorento da escola comunista do PCP. No PREC de 1975, o segundo entretinha-se em sanear quem não era do Partido Comunista Português e apelidar de reaccionário quem não alinhava com a sua retórica e a direcção dos comissários políticos. Todos temos memória dos Processos de Moscovo e dos campos de concentração da Sibéria. Aqui ainda pensaram mandar-nos para o Campo Pequeno.
Tenho de memória que o Sr. Baptista Bastos fazia parte da clique de Saramago no DN e não teimo mais porque não tenho documentação.
Desculpa Carlos Oliveira mas já enoja tanta prosápia e hostilidade com o que não se sabe.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

As guerras do Millenium

A propósito deste tema que tem ombreado nos últimos dias com a recente evolução do "caso Maddie" nos destaques informativos desta triste "silly season", não resisto a recomendar a leitura do artigo de Baptista Bastos no DN de hoje.
Para aguçar o apetite, aqui fica um pequeno extracto:
" ...E os graves e solenes eng. Jardim Gonçalves e dr. Paulo Teixeira Pinto, irmãos de congregação, de terço e de novena, desavieram-se. Na luta pelo poder não há lealdades irredutíveis nem lembranças queridas. Quando Joe Berardo fala dos 40 guarda-costas que protegem Jardim Gonçalves de perigos medonhos, e de aviões particulares ao serviço de amigos do fundador do BCP, começamos a imaginar uma instância de direitos, fronteiras, mapas e mitologias que escapam ao nosso modesto mundo."...

TorreBela:um postal do PREC


Por estes dias, várias salas de cinema em Portugal exibem a mais recente versão do sempre inacabado documentário Torre Bela”.
Documento histórico insubstituível dos conturbados tempos do PREC, Torre Bela” reconduz-nos a momentos únicos do Verão Quente de 1975, passados numa herdade da Azambuja, pertencente ao Duque de Lafões que servia de reserva de caça para os amigos e de local para encontros secretos entre a PIDE e a CIA.
Ao bom estilo do denominado “ cinéma vérité”, o documentário de Thomas Harlan retrata, na cadência das imagens captadas em tempo real, a vida de um grupo de trabalhadores rurais sem trabalho que ocupou a herdade e acreditou na utopia. No grupo havia de tudo: gente de trabalho, emigrantes, ex-presos políticos, vagabundos... mas não havia partidos políticos nem movimentos sindicais, porque a ocupação foi feita de forma espontânea.
Sou contemporâneo de “Torre Bela”. Tive o privilégio de, na altura, ter conhecido vários jovens sul-americanos – alguns deles jornalistas- que estiveram na herdade da Azambuja e com quem estabeleci relações de amizade que ainda hoje perduram. Quando nos encontramos o “case study” de “Torre Bela” vem sempre ao palco das conversas , pois tratou-se de um momento genuíno de acção popular.
Soube recentemente, através de uma amiga chilena, que o documentário foi exibido este ano em Cannes. Prova evidente de que 30 anos volvidos sobre um dos momentos mais marcantes do PREC, a vivência de “Torre Bela”- filmada sem truques e sem outros comentários que não sejam os que a realidade transmite- continua a constituir um registo histórico, sociológico e político de um período irrepetível da História do Portugal Contemporâneo.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Impotência ou como o sexo forte já não é o que era

[...]As mulheres brasileiras são as que se sentem mais prejudicadas pela impotência sexual masculina, segundo revelou uma pesquisa realizada pela farmacêutica Bayer Healthcare.
O estudo Sexo e a Mulher Moderna investigou como as mulheres se sentem em relação às suas vidas sexuais e explorou o impacto da disfunção sexual masculina nos relacionamentos.
No Brasil, 45% das entrevistadas disseram se sentir prejudicadas quando o parceiro sofre de dificuldade de erecção. Na América Latina essa percentagem é de 37% e na Europa, de 23%. As britânicas são as que menos se sentem afectadas pela impotência sexual masculina.
A pesquisa, que ouviu 14 mil mulheres de 14 países, identificou o novo perfil sexual da mulher moderna: a "mulher vitassexual"[...]

Em leilão na Jeffreys dia 26 de Setembro

Alguns dos 21 quadros atribuídos a Hitler que vão a leilão no próximo mês. Tratam-se de quadros figurativos de paisagens campestres da França e da Bélgica. Há um mito associado à incapacidade dos ditadores e dos tiranos experimentarem sentimentos estéticos. Isso está ligado ao sofisma [advindo da explicação cristã] da alma tomado pelo demónio e a queda no pecado.
Não há nada disso. Como o testemunham algumas excelentes biografias os ditadores são normalmente pessoas superiormente inteligentes, não escroques de sargeta.

É o Basílio...

"António Basílio: assim se chama o homem que denunciou Charrua. Um nome a fixar"

João Miguel Tavares, "Diário de Notícias", 07-08-2007

O Grande Líder

O Grande líder em 3 dimensões, segundo Marques Mendes


Rapidinhas 25- Metidos no buraco

Mesmo sem ter de recorrer à ressurreição de D Afonso Henriques, Portugal ganhou mais uns milhares de hectares para o seu território. Não foi conquistado aos mouros, mas sim na Secretaria ( uma forma de vencer que se está a tornar hábito em várias modalidades por todo o mundo) da ONU.
O terreno agora “anexado” a Portugal fica bem no fundo no mar, o que se apropria à nossa condição de país metido num buraco.

A TAP é só um exemplo...

Há coisas que irritam qualquer mortal. Uma delas é a displicência com que algumas empresas tratam as pessoas, manifestando total desrespeito por quem garante a sua sobrevivência.
Este caso é exemplar:
Uma pessoa compra um bilhete de avião de Amsterdam para o Porto, pensando que três horas mais tarde está em casa e que lhe acontece?
Em primeiro lugar, o voo marcado para as 12h30 só parte três horas mais tarde- ou seja, à hora a que o passageiro já pensava estar em casa.... Depois, quando já está a apertar o cinto de segurança para aterra no local de destino, é informado que afinal vai aterrar primeiro em Lisboa, só seguindo para o Porto duas horas mais tarde. Quando volta a embarcar, a tripulação constata que não há lugar para todos os passageiros ( o que se explica porque a transportadora “aproveitou” a escala em Lisboa, para meter mais uns passageiros). Mais uns tempos de espera para que o assunto seja resolvido, um dos passageiros desespera, entra em altercação com os tripulantes e recebe ordem de expulsão do avião, sendo obrigado a ir de Lisboa para o Porto- onde chega às duas da manhã- de autocarro.
Para a empresa são tudo situações normais. E realmente tem razão, pois situações como a que ocorreu ontem no voo Amsterdam/ Lisboa da TAP ocorrem com inusitada frequência, levando os cidadãos a insurgirem-se contra uma prática que, encoberta na alegação de “questões técnicas”, não passa de uma operação comercial determinada por questões económicas. Ontem virou notícia, porque nesse voo viajava uma equipa de futebol.
Não deveria ter sido esse, porém, o objecto da notícia, mas sim a prática regular seguida pela transportadora que, com o objectivo de obter mais lucros, desrespeita por completo os passageiros.
Assim, não admira que a TAP apresente lucros. Nem espanta que empresas de outros ramos de actividade sigam práticas idênticas, desrespeitando impunemente os seus clientes. O que admira é a passividade dos portugueses, sempre tão lestos a reclamar contra os governantes e os funcionários públicos - e tão submissos quando se trata de reagir contra práticas das empresas que os tratam como objectos imprestáveis.
Já era tempo de os portugueses pensarem se não radicará nos seus comportamentos a causa primeira deste atraso intrínseco do país. Era altura de crescerem e reclamarem do que vale ( mesmo) a pena...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Para os apreciadores...

Alguns amigos que nos dão o privilégio de visitar este blogue pediram-me que escrevesse com mais frequência sobre o tango e a América Latina. Vou tentar fazê-lo, mas para os mais sedentos de saber coisas sobre o tango recomendo a visita deste site que produzi com colegas e amigos. Embora esteja datado, estou certo que encontrarão lá alguma informação útil
http://www.cenjor.pt/design/digital/tango/

Rapidinhas 24- Ofertas de Verão

Durante o Verão, o DN oferece aos seus leitores quatro livros por semana. A escolha é variada e, embora os critérios de selecção das obras sejam discutíveis, encontram-se alguns bons títulos. Se – para além de vender jornais- o objectivo do DN é fomentar a leitura entre os portugueses, pode dizer-se que se trata de uma tentativa falhada. Embora se trate de edições de bolso, é inadmissível que o corpo de letra seja tão reduzido e o entrelinhamento tão apertado, desencorajando a leitura. Assim não vamos lá...

Hiroshima, our horror

Há 62 anos uma bomba atómica caiu sobre a cidade de Hiroshima. Lançou-a o bombardeiro ENOLA GAY, às 8,15 hora local. O lançamento da bomba anunciado pelo presidente Harry S. Truman a bordo do navio USS Augusta teve como objectivo lançar um ultimato sobre os japoneses e a sua conivência com o expasionismo alemão, constituindo também uma vitória sobre os alemães na corrida para o fabrico de uma arma táctica usando energia nuclear.
Na ocasião Clement Attle, o primeiro-ministro inglês que sucederia a Wiston Churchill leria nos Comuns uma declaração do político inglês em que se referia

"by God's mercy, Britain and American science outpaced all German efforts. There were on a considerable scale, but far behind. The possession of these powers by
the Germans at any time might have altered the result of the war [...]We must
also indeed pray that these awful agencies will be made to conduce peace among
the nations and that istead of wreaking meassureless havoc upon the entire globe
they become the perennial fountain of world prosperity".
Será impossível predizer a sorte da Segunda Guerra Mundial se este bombardeamento contra unidades de abastecimento do exército japonês não tivesse tido lugar. O número de mortos segundo as estimativas japonesas ao tempo foi de 118,661 civis mas reacertos posteriores põem o número em 140,000 vítimas, um pouco menos de metade da população da cidade. Três dias depois, os Estados Unidos lançariam uma segunda bomba contra Nagasaki, resultando em 74,000 mortos.
Os bombardeamentos levaram o Japão a render-se aos alidos a 14 de Agosto de 1945, oito dias depois do lançamento da primeira bomba. A rendição seria assinada a 2 de Setembro.
O horror dos bombardeamentos e das suas vítimas deverá alertar-nos para os propósitos militaristas de governos que buscam através da ilegítima superioridade militar dominar e subjugar os vizinhos. Ontem foi o Japão, hoje ou amanhã poderá ser qualquer outra nação dentro ou fora deste continente.
O acontecimento revelou, também, as consequências da deriva nacionalista e patrioteira, quando as instituições democráticas não existem ou não funcionam.
O protesto sobre os horrorores assinalado no Japão e por todo o mundo não deve nem pode amnistiar as responsabilidades dos agressores e dos belicistas. O argumento pacifista contra todas as guerras e ataques de um estado contra outro esconde pelas generalizações que traz associadas quando o uso da força é [ou não] legítimo para preservação da paz e da segurança no mundo. E por tal basista e irresponsabilizante.

domingo, 5 de agosto de 2007

Tabela classificativa das melhores universidades do mundo

O Institute of Higher Education publicou pela sexta ou sétima vez o ranking anual das melhores universidades do mundo. O prestigiado charter da Jiatong University em Xangai é considerado um barómetro de excelência dos estudos superiores no mundo e usado para colocação dos melhores alunos asiáticos. Entre os critérios formadores da lista contam-se o número de alunos, os investigadores premiados com Prémios Nobel, ou com trabalhos publicados em revistas académicas de prestígio.
Os primeiros 10 lugares encabeçados pela Universidade de Harvard [EUA] contam com 8 universidades americanas e apenas duas europeias [Cambridge e Oxford - GB]. Do 11 ao 30, 16 universidades americanas, duas japonesas [Universidades de Tóquio e Quioto], a Universidade de Toronto [Canadá], e duas europeias [o University College de Londres e o Swiss Federal Institute of Technology de Zurique]. De destacar do 30 ao 60, 18 universidades americanas, a Université Paris 06 [em 39.o], a Universidade de Utrecht [Holanda, em 42], a Universidade de Copenhague [43.o], a Universidade de Manchester [48.o], a Universidade Paris 11 [ 52.o], o Karolinska Institute de Stockholm [53.o], as Universidades de Edinburgo [53.o], Munique [53.o], Zurique [58.o].
Na lista das 100 primeiras não surge qualquer universidade portuguesa ou espanhola.
Na lista especializada das 100 melhores universidades europeias [encabeçada por Cambridge e Oxford] contam-se nos primeiros lugares as universidades de referência da Holanda, França, Suécia, Alemanha, Suiça, Suécia. Curiosa a colocação da Universidade Estatal de Moscovo em 76.o lugar da lista mundial e 23.o do charter europeu. A primeira universidade da Península Ibérica a aparecer na lista europeia é a Universidade de Barcelona [57-80.o]. Seguem entre o 81 e 0 123.o as Universidades Autónoma de Madrid, Complutense de Madrid e de Valencia. Nenhuma universidade portuguesa surge nas 100 melhores universidades europeias.
O ranking serve para o que serve mas é um medidor razoável da qualidade [e eficácia] do ensino universitário. Portugal teima em estar arredio da excelência universitária como o está erm tantas frentes da vida intelectual e pública.