Há 62 anos uma bomba atómica caiu sobre a cidade de Hiroshima. Lançou-a o bombardeiro ENOLA GAY, às 8,15 hora local. O lançamento da bomba anunciado pelo presidente Harry S. Truman a bordo do navio USS Augusta teve como objectivo lançar um ultimato sobre os japoneses e a sua conivência com o expasionismo alemão, constituindo também uma vitória sobre os alemães na corrida para o fabrico de uma arma táctica usando energia nuclear.
Na ocasião Clement Attle, o primeiro-ministro inglês que sucederia a Wiston Churchill leria nos Comuns uma declaração do político inglês em que se referia
"by God's mercy, Britain and American science outpaced all German efforts. There were on a considerable scale, but far behind. The possession of these powers by
the Germans at any time might have altered the result of the war [...]We must
also indeed pray that these awful agencies will be made to conduce peace among
the nations and that istead of wreaking meassureless havoc upon the entire globe
they become the perennial fountain of world prosperity".
Será impossível predizer a sorte da Segunda Guerra Mundial se este bombardeamento contra unidades de abastecimento do exército japonês não tivesse tido lugar. O número de mortos segundo as estimativas japonesas ao tempo foi de 118,661 civis mas reacertos posteriores põem o número em 140,000 vítimas, um pouco menos de metade da população da cidade. Três dias depois, os Estados Unidos lançariam uma segunda bomba contra Nagasaki, resultando em 74,000 mortos.
Os bombardeamentos levaram o Japão a render-se aos alidos a 14 de Agosto de 1945, oito dias depois do lançamento da primeira bomba. A rendição seria assinada a 2 de Setembro.
O horror dos bombardeamentos e das suas vítimas deverá alertar-nos para os propósitos militaristas de governos que buscam através da ilegítima superioridade militar dominar e subjugar os vizinhos. Ontem foi o Japão, hoje ou amanhã poderá ser qualquer outra nação dentro ou fora deste continente.
O acontecimento revelou, também, as consequências da deriva nacionalista e patrioteira, quando as instituições democráticas não existem ou não funcionam.
O protesto sobre os horrorores assinalado no Japão e por todo o mundo não deve nem pode amnistiar as responsabilidades dos agressores e dos belicistas. O argumento pacifista contra todas as guerras e ataques de um estado contra outro esconde pelas generalizações que traz associadas quando o uso da força é [ou não] legítimo para preservação da paz e da segurança no mundo. E por tal basista e irresponsabilizante.