quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Excessivo

Permito-me discordar do tom comicieiro de Baptista Bastos na sua crónica assanhada no DN. Não me movem simpatias particulares com a Opus Dei, mas cruzo-me com algumas das suas figuras emblemáticas na Universidade Católica, onde tirei o mestrado e tiro agora o doutoramento. É de péssimo gosto atacar os outros pelas convicções religiosas que têm e pela prática da sua religião de escolha, ainda que minoritária. Não temos direito a isso. A democracia consiste nesse pudor e a primeira das liberdades como ensinou Benjamin Franklin é a liberdade de religião. Que o Sr. Baptista Bastos no seu esquerdismo ressaibiado se contenha com um ateiismo básico e virulento está no seu direito. Mas é preciso lembrar que este anti-clericalismo buçal deu o resultado que pagámos com 50 anos de salazarismo e o resto que nos andamos a levantar. A suficiência do Sr. Baptista Bastos como do Sr. José Saramago tem a mesma origem: o estalinismo bolorento da escola comunista do PCP. No PREC de 1975, o segundo entretinha-se em sanear quem não era do Partido Comunista Português e apelidar de reaccionário quem não alinhava com a sua retórica e a direcção dos comissários políticos. Todos temos memória dos Processos de Moscovo e dos campos de concentração da Sibéria. Aqui ainda pensaram mandar-nos para o Campo Pequeno.
Tenho de memória que o Sr. Baptista Bastos fazia parte da clique de Saramago no DN e não teimo mais porque não tenho documentação.
Desculpa Carlos Oliveira mas já enoja tanta prosápia e hostilidade com o que não se sabe.