Ainda o artigo do BB
Pois... para mim, o essencial do artigo do BB não é a "problemática religiosa". O essencial é uma ( acho chamada de atenção excessivo, mas fica mesmo asssim...) para o excessivo relevo que tem sido dado ao caso Millenium BCP e uma demanda de relativização de uma questão que está a ser encarada como superlativa no plano mediático, quando num mundo normal deveria ser tratada com menos empolamento.
Eu sei que não vivemos num mundo normal, mas permitam-me que eu queira ser normal. Confesso que não percebo ( nem quero...) as razões da desavença entre Jardim e Teixeira Pinto. Talvez perceba melhor as de Berardo (está em jogo o que é seu) mas também não estou certo se é apenas isso que o move...
O que verdadeiramente me preocupa é viver num mundo regido pelo primado da economia, que se sobrepõe às regras básicas da solidariedade humana, valor esse que, para mim, é o fundamental motor de progresso. Provavelmente estarei errado... mas gosto de viver com esses valores. Continuarei a ser lírico até ao fim ( assim o espero...)
Quanto às preciações que fazes ao BB desculpa lá, Arnaldo Gonçalves, mas continuo a ter por ele o apreço e amizade que nutro pelas pessoas que foram importantes para mim. Foi um dos meus "mestres" nos primórdios da minha actividade de jornalista e com ele aprendi muito. Errou durante o PREC? Talvez... mas quem não teve desvarios ( de esquerda e de direiat) naquela época que atire a primeira pedra. Sabes tão bem como eu que alguns dos lídimos representantes da política portuguesa mais conservadores foram "revolucionários" à época e - muito provavelmente- não se orgulharão hoje em dia de algumas barbaridades que então cometeram.
Se é fácil desculpar essas atitudes como "desvarios juvenis", também não se pode criticar quem manteve ao longo da sua vida os seus valores e as suas convicções, só porque em determinados momentos as achamos normais e mais tarde vimos a discordar delas. O mundo e as pessoas não podem ser analisados pela estricta regra da temporalidade...