terça-feira, 7 de agosto de 2007

A TAP é só um exemplo...

Há coisas que irritam qualquer mortal. Uma delas é a displicência com que algumas empresas tratam as pessoas, manifestando total desrespeito por quem garante a sua sobrevivência.
Este caso é exemplar:
Uma pessoa compra um bilhete de avião de Amsterdam para o Porto, pensando que três horas mais tarde está em casa e que lhe acontece?
Em primeiro lugar, o voo marcado para as 12h30 só parte três horas mais tarde- ou seja, à hora a que o passageiro já pensava estar em casa.... Depois, quando já está a apertar o cinto de segurança para aterra no local de destino, é informado que afinal vai aterrar primeiro em Lisboa, só seguindo para o Porto duas horas mais tarde. Quando volta a embarcar, a tripulação constata que não há lugar para todos os passageiros ( o que se explica porque a transportadora “aproveitou” a escala em Lisboa, para meter mais uns passageiros). Mais uns tempos de espera para que o assunto seja resolvido, um dos passageiros desespera, entra em altercação com os tripulantes e recebe ordem de expulsão do avião, sendo obrigado a ir de Lisboa para o Porto- onde chega às duas da manhã- de autocarro.
Para a empresa são tudo situações normais. E realmente tem razão, pois situações como a que ocorreu ontem no voo Amsterdam/ Lisboa da TAP ocorrem com inusitada frequência, levando os cidadãos a insurgirem-se contra uma prática que, encoberta na alegação de “questões técnicas”, não passa de uma operação comercial determinada por questões económicas. Ontem virou notícia, porque nesse voo viajava uma equipa de futebol.
Não deveria ter sido esse, porém, o objecto da notícia, mas sim a prática regular seguida pela transportadora que, com o objectivo de obter mais lucros, desrespeita por completo os passageiros.
Assim, não admira que a TAP apresente lucros. Nem espanta que empresas de outros ramos de actividade sigam práticas idênticas, desrespeitando impunemente os seus clientes. O que admira é a passividade dos portugueses, sempre tão lestos a reclamar contra os governantes e os funcionários públicos - e tão submissos quando se trata de reagir contra práticas das empresas que os tratam como objectos imprestáveis.
Já era tempo de os portugueses pensarem se não radicará nos seus comportamentos a causa primeira deste atraso intrínseco do país. Era altura de crescerem e reclamarem do que vale ( mesmo) a pena...