sábado, 12 de maio de 2007

[In]Constâncio

Vítor Constâncio acredita que, em 2009, Portugal poderá cumprir o défice de 2,4 por cento do PIB estabelecido pelo Governo.No início da semana, a Comissão Europeia alertou que, caso Portugal não mude de política, arrisca-se a ultrapassar de novo a meta dos três por cento.No entanto, o governador do Banco de Portugal sublinha que há razões para manter o optimismo.

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Não percebo o que este tipo faz no Banco de Portugal. Uma semana diz uma coisa, outra diz outra. O "frete" ao governo insinua-se em cada palavra e acção. Junto a minha opinião à de outros blogonautas: se fosse eleito primeiro-ministo a primeira coisa que faria seria demitir este tipo. Não é útil, antes um empecilho do regime.

Ramos Horta, presidente de Timor Lorosae

Horta concretiza o seu objectivo político de várias décadas: ver-se eleito presidente do seu país pelos seus concidadãos. A "velha ratazana" inspira-se e ganha, com mais de 70% dos escrutínios.

Xanana 2, Altatiri, 0.
Vêm aí as legislativas, vamos a ver se o peso pesado da política timorense cria o efeito de onda que será utilissimo ao "the old chap". Parece que o eleitorado teve bom senso, afinal. Horta é o melhor entre os menos bom. Joga o seu peso mas será cilindrado se frustrar as expectativas de ordem, estabilidade e estado de direito que grangeou. Alkatiri espera na sombra.

The good old boy avança

Gordon Brown anunciou, sexta-feira, a candidatura à liderança do Partido Trabalhista, para ser o próximo primeiro-ministro, após ter recebido o apoio de Tony Blair. Os Estados Unidos também já apoiaram a candidatura de Gordon Brown. Na TSF on-line.

Nenhuma surpresa. O eterno "segundo" avança mas tem que convencer os britânicos que é melhor que os conservadores e que apesar de 10 anos de poder do Labour vale a pena continuar a dar-lhes o crédito de governarem. Ao "old boy" falta carisma e clareza de pensamento e a liderança intuitiva de Blair. Mas já vimos políticos de boa cepa começarem pior...

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Ecofin conclusions on hedge funds

Main results of the Council

The Council adopted conclusions on three interlinked issues relating to financial markets:

  • it acknowledged that hedge funds have contributed significantly to fostering the efficiency of the international financial system, and called on creditors, investors and national authorities to remain vigilant and to adequately assess the potential systemic and operational risks that hedge funds present. It emphasised the need for a better understanding of the characteristics of hedge funds and for adequate investor protection;
  • on asset management, the Council called on the Commission to present a proposal for revision of the directive on UCITS (undertakings for collective investment in transferable securities), so as to cater for the growth of the investment industry and to enhance its potential for further growth.
  • as regards the financial consequences of ageing, the Council called on the member states to work for increased participation and contribution levels of households in non-statutory pension schemes, and asked the Commission to consider work on the development of a single market for retirement products.

Results for Hedge Funds and Financial Stability

The Council adopted the following conclusions.

The Council:

  • EMPHASISES the importance it attaches to an integrated, dynamic and competitive financial marketplace in supporting growth and job creation through proper allocation of capital, including via hedge funds, and financial stability;
  • ACKNOWLEDGES that hedge funds have contributed significantly to fostering the efficiency of the financial system, but also STRESSES the potential systemic and operational risks associated with their activities,
  • NOTES that the so-called 'INDIRECT supervision' approach, through close supervisory monitoring of credit institutions' exposures to hedge funds and progress in upgrading their internal risk management systems, has so far enhanced resilience to systemic shocks; and RECALLS the need for creditors, investors and authorities to remain vigilant and to adequately assess the potential risks that hedge funds present. In this context creditors and investors should also examine whether the current level of transparency of hedge funds' activities is appropriate. In the exercise of their 'indirect supervision', relevant supervisory authorities should monitor developments and cooperate among themselves;
  • STRESSES the need for a better understanding of hedge funds characteristics for proper monitoring of the financial stability impact of hedge funds' activities, and therefore ENCOURAGES all relevant institutions to develop and apply an analytical and evidence-based approach in this area;
  • NOTES that concerns have been expressed regarding increased retail distribution of hedge fund products in some Member States and RECOGNISES the need to ensure adequate investor protection;
  • INVITES therefore the Commission to take all relevant regulatory and market developments into account, in assessing the case for and against providing a Single Market framework for the retail-oriented non-harmonised fund industry, which might include some funds of hedge funds; and LOOKS FORWARD to the Commission's report thereon.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O Papa no Brasil

Bento XVI visita o Brasil e lança uma mensagem episcopal contraditória que surge desfazada dos desafios do nosso tempo e das exigências de crescimento do catolicismo no Brasil. Falo como laico, não como católico que não sou. Desfazada, em primeiro lugar, porque apregoa valores morais que pouco fazem sentido hoje: a santidade do matrimónio, a benignidade do namoro e do noivado, a castidade dos jovens. O Papa parece ignorar a profunda revolução de costumes que aconteceu na Europa, nos Estados Unidos e no mundo a partir da década de 60 e dissemina uma mensagem moral em todo sintonizada com o apelo estreito dos evangelistas, episcopais e da extrema-direita norte-americana. Imagina famílias que já não existem.Teima em não ver o muito que mudou a sociedade hodierna e esquece fenómenos como a homosexualidade, as famílias monoparentais, a adopção, a liberdade sexual. Não é uma questão de esquerda ou direita, é uma questão de perceber o mundo.
A mensagem é desfazada em segundo lugar porque tenta obnibular o facto das igrejas presbiterianas, evangélicas e de orientação protestante estarem em rompante no Brasil eclipsando a acção da Igreja Apostólica Romana. Há razões fundas para isso [não sei se a Elen Bueno poderia nos esclarecer melhor sobre isso]: um distanciamento da Igreja Católica face aos problemas da gente pobre e abandonada dos arrabaldes das grandes cidades como o Rio de Janeiro ou S. Paulo; uma proximidade dessas novas convicções religiosas face aos problemas reais das pessoas - a educação, o combate à toxicodependência, a luta contra a marginalidade e a queda no crime organizado, a procura do emprego. Segundo as estatísticas oficiais [IBGE] os evangélicos cresceram no Brasil de 9% em 1991 para 15,45% em 2000 e 24% actualmente e ameaçam a primazia da Igreja Católica [apesar de 80% dos brasileiros se dizerem católicos].
A quebra da profissão religiosa no Brasil é imensa. O número de novas ordenações tem caído abruptamente e a maioria dos padres [actuais] deseja contrair matrimónio considerando-o parte integrante da sua ordenação e profissão. A Santa Sé recusa sequer considerá-lo, entendendo-o como um requesito incontornável da condição de padre.
Avoluma-se a sensação que com este Papa a Igreja andou décadas para trás. Há um aroma do velho dogmatismo estreito da Igreja - antes do Concílio do Vaticano II - na prédica papal. E é um drama porque precisamos no mundo conturbado dos nossos dias de fortes valores morais, de espiritualidade, do apelo do divino, mas sem dogmas nem pastores, seguindo o apelo do nosso coração.

Este homem vai fazer muita falta

Tony Blair sai da chefia do governo britânico a 27 de Junho, a seguir à cimeira europeia. Há algo indelével no contributo que deu ao revigoramento da esquerda europeia, à sua modernização conceptual, e a uma gestão económica realista e ambiciosa do seu país. Pegou um país em recessão económica, com um desemprego monstruoso, um sector financeiro apático. Tornou a Grã-Bretanha num dos países mais prósperos da Europa. Combateu o terrorismo sem tergiversações nem cumplicidades hesitantes. Pressionou a reconciliação entre os antagonistas na Irlanda do Norte e tem hoje um governo de unidade nacional impensável entre unionistas e republicanos do ex-IRA. Participou ao lado de Bush na aventura do Iraque mas já fez a sua mea culpa pública perante os ingleses e o seu Parlamento que se estivesse na posse de todos os elementos de informação sobre o peso da ameaça das ADMs nunca teria embarcado nela. Deixa Downing Street e a presidência do Labour e ao muito me engano os ingleses que o zurzem, impiedosamente, nas sondagens da opinião pública daqui a menos de um ano estarão a chamar por ele. Mas a política é assim. Wiston Churchill soube-o amargamente: quando levou a Grã-Bretanha à vitória na guerra contra Hitler foi derrotado nas eleições imediatas ao armistício. É essa a condição dos homens que sabem ouvir os rumores do tempo. Parabéns, Tony Blair.
Como pode a Europa utilizar as enormes capacidades de liderança e realização deste homem?

Vergonha, DARFUR

Taking a stand for DARFUR no Chicago Sun Times
[...] For hundreds of thousands of Africans, the Darfur region of Sudan has been hell on Earth. For about 20,000 Arabs, it is yet another opportunity to book a one-way trip to heaven. And for a relatively small number of Sudanese thugs and thieves, it is simply an opportunity to raid and loot.
Some 200,000 to 400,000, depending on whose estimates, African men, women and children have been massacred since the conflict in Darfur began four years ago. Besides the mass murders, reports of Janjaweed militias gang-raping, plundering and burning entire villages are routine. Some 2.5 million Africans have fled their homes in Darfur and are now holed up in refugee camp in neighboring Chad.[....]

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A demissão de Helena Roseta

Há qualquer coisa de [eternamente] juvenil no perfil político de Helena Roseta. A deputada do PS, apoiante apaixonada de Sá Carneiro, adversária política de Cavaco Silva entrou no PS por acto de teimosia pelas mudanças que ocorreram no partido que ajudou a construir e que é o meu hoje, o PSD. De certa forma, o rompimento actual com o PS tem um indêndico pendor e constitui uma demarcação face à deriva ideológica e política do PS. A carta que dirigiu ao secretário-geral [que não sei se tornará pública] lembra-me uma que escrevi a António Guterres nos anos 90 demitindo-me do PS e demarcando-me dos caminhos para que levava o PS. Ela e eu, em pequenissima parcela, reviamo-nos muma política vivida com paixão e abnegação, uma política de valores e por valores que, entretanto, se esfumou no ar pelo tactismo dos interesses. Hoje os partidos transformaram-se em máquinas de distribuição de prebendas, em fábricas de carreiristas e oportunistas, que se vendem aos interesses económicos e a outros mais obscuros por meio-prato de lentilhas. Já desisti de achar que a justiça faria a sua obrigação e reporia - também aí - a legalidade. Se se fizesse uma investigação séria e profunda ao sistema de justiça chegar-se-ia à conclusão que também aí há muitas maçãs podres.

A candidatura de Helena Roseta à Câmara - oportunissima - visa ocupar o espaço político antes que os conclaves partidários forcem candidaturas opacas e regimentais para grande desespero dos lisboetas. O PS será um caso desses; o PSD também pelas movimentações que vejo argutamente descritas pelo Paulo Gorjão no seu Bloguítica. Helena tem uma grande apreço da opinião pública que muito a estima pela sua feminilidade e pelo denodo das opiniões que defende, normalmente politicamente incorrectas. Fez um excelente desempenho à frente da Ordem dos Arquitectos. Não tenho muitas dúvidas que se estivesse em Lisboa estaria na sua candidatura.

O diálogo inter-civilizacional

A propósito do texto de Adrano Moreira no Diário de Notícias e do post do Arnaldo, lembrei-me desta passagem em Identity and Violence de Amartya Sen:

"There are two distinct difficulties with the theory of civilization clash. The first, which is perhaps more fundamental, relates to the viability of classifying people according to civilizations to which they allegedly "belong". This question arises well before problems with the view that people thus classified into cartons of civilizations must be somehow antagonistic (...) Underlying the thesis of a civilization clash lies a much more general idea of the possibility of seeing people primarily as belonging to one civilization or another. The relations between different persons in the world can be seen, in this reductionist approach, as relations between the respective civilizations to which they allegedly belong (...) Indeed even the opponents of the theory of a civilization clash can, in effect, contribute to propping up its intellectual foundation if they begin by accepting the same singular classification of the world population".(pp. 40-41)

terça-feira, 8 de maio de 2007

FATWA

Um grupo islâmico do Iraque lançou recentemente uma fatwa [édito religioso] contra os cristãos assírios [uma minoria iraquiana] residentes no subúrbio de Dora em Bagdade. A mensagem era simples: convertam-se ao Islão en 24 horas ou serão mortos. Ao mesmo tempo os vizinhos muçulmanos eram industriados, através do altifalantes das mesquitas locais a confiscar a propriedade dos cristãos e a levar à prática a fatwa. Conta Paul Isaac no International Herald Tribune, hoje.

Se esta onda pegasse na Europa e aos muçulmanos fosse exigido converterem-se ao cristianismo ou sairem da Europa o que não diriam os jornais, cadeias de televisão, intelectuais e associações muçulmanas por esse mundo fora? Vai uma aposta, a propósito? Querem apostar que não se levantará uma única voz dos amigalhaços da esquerda destes "lutadores da liberdade" contra esta perseguição dos cristãos assírios? No fundo eles acham que é preciso exterminar esses cristãos para tudo estar multiculturalmente correcto. Porque nisto como no resto estas mentes brilhantes acham quanto pior melhor. Mais que uma questão de opinião é um problema de estupidez e cobardia. Porque não se alistam na Al Qaeda? Seriam mais coerentes.

Timor-Leste está a votos

Timor está sob escrutínio na segunda volta das presidenciais que ditarão a escolha entre Ramos Horta, o MNE da RTL e Francisco Guterres "Lu Olo" da Fretilin para presidente de Timor. Trata-se de uma eleição estranha em que os verdadeiros protagonistas políticos se escondem na sombra, por detrás do "seu" candidato: Xanana de Gusmão e Mári Alkatiri. Trata-se de uma escolha bifásica uma vez que seja qual for o presidente escolhido, Timor terá que ir outra vez a votos para escolher o seu governo. Aí o embate será provavelmente entre os dois actores principais Xanana e Alkatiri.
Escrevi, por várias vezes, nos jornais onde faço comentário político que o problema de Timor tem sido a incapacidade de uma geração assumir as suas responsabilidades e ser digna do povo, que fez passar enormes sacrifícios. A escolha da liberdade é sempre prolixa nas consequências. A resistência política é um combate árduo e difícil mas ser governante é ainda mais difícil. A história está cheia de casos de revolucionários que após derrubarem regimes autocráticos tornaram-se piores que os tiranos que os governaram [Lenine, Castro, Mugabe, etc]. A responsabilidade destes cinquentões de Timor é enorme e não permite tergiversações.
Como outsider preferia, certamente, Ramos Horta, apesar dos seus defeitos. Lu Olo é alguém que não tem perfil nem tracking politico para desempenhar um lugar desta importância. Mas serão os timorenses a fazer a sua escolha [e a arcar com as suas consequências].

Fukuyama e o diálogo inter-civilizacional [Adriano Moreira]

Adriano Moreira escreve e bem no DN - "As lições da experiência" - sobre Fukuyama e a crítica que este dirige em "Depois dos Neo-conservadores" à deriva da política externa americana sob direcção republicana. Mas confesso que quando li o texto de AM fiquei com uma dúvida de fundo sobre o diálogo inter-civilizacional. Só dialoga quem o quer e achar que vale a pena. Tenho sobresaltadas dúvidas se a outra parte [o Islão] quer verdadeiramente dialogar, ou apenas ganhar tempo. AM acha bem no fundo que há uma superioridade moral e teológica do cristianismo e este pode condescender "abrindo o jogo" com outras religiões. O problema é que as outras acham que nada têm a ganhar com este concerto religioso. E por uma razão simples que não sei como se dá a volta: é que qualquer das religiões é exclusivista, no sentido que acredita que só ela personifica a relação "verdadeira" com o divino e só os seus seguidores são os "eleitos" de Deus. Mas fala um laico...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Grunhideiros

[...] São gente do género do nosso Boaventura de Sousa Santos, um académico que equipara a astrologia à ciência, e que considera Chávez, Morales & Cia. a "vanguarda da reinvenção do Estado, da democracia e da esquerda".

Alberto Gonçalves no Diário de Notícias
Continuo a preferir a qualificação do grande Vargas LLosa numa crónica corrosiva que corre mundo: os idiotas e os amigos dos idiotas. Não esqueçam de juntar a Boaventura Sousa Santos, José Saramago, Varela Gomes, Urbano Tavares Rodrigues, Alexandre Babo entre outros.

Repassando

Repassando a chamada de atenção do Paulo Gorjão [Bloguitica] não deixem de ir visitando o Geração 60, um novo blog da "fornada" de 60. Fico curioso e atento pelo seu contributo para o debate intelectual. É recorrente a ideia que o contexto intelectual desta geração que nasceu depois do 25 de Abril e não tem qualquer memória do regime autoritário é básico, tipo pastilha elástica. Vamos a ver.

Ainda Sarkozy

A França muda e com ela os franceses para além da habitual linha divisória esquerda multicultural-direita xenófoba e branca. O que estas eleições tiraram a limpo é que os habituais compagnon de route dos socialistas valem zero em termos eleitorais: trotskistas, maoistas, libertários, socialistas revolucionários, anarquistas e quejandos. Como escrevia há algum tempo o meu amigo João Carlos Espada vamos a ver se se começa a limpar as paredes das universidades públicas das palavras de ordem, panfletos e pichagens desses idiotas do radicalismo enfant gatée e se esta gente se faz à vida. É que já não há emprego para todos e para toda a vida.

domingo, 6 de maio de 2007

O "caso" Licínio Bastos

O episódio Licínio Bastos, o português residente no Brasil envolvido na compra de sentenças judiciais e decisões políticas para beneficiar casas de bingo e de máquinas de jogo e azar, bem como grande financiador do Partido Socialista no Brasil é daqueles casos caricatos de promiscuidade entre a actividade criminosa e a vida partidária. Não se percebe que alguém com estas características possa ser, com o aplauso da direcção nacional, o "financiador"do PS num círculo extra-Europa. A questão que se coloca é se não será também financiador do PS nacional. O secretário de estado das comunidades, personalidade "brilhantissima" que tive a oportunidade de ver numa recente visita a Macau, meteu os pés pelas mãos sobre se havia ou não recebido por mais de uma vez o "ilustrissimo" figurante. Seria importante que o PS esclarecesse esta baralhada. Não basta atirar setas em relação ao PSD mas ser coerente com quem prega moral. Marques Mendes fez-se a sua limpeza de casa e foi corente com o que se propôs.
Afirma-se por aí que Licínio Bastos é um homem de confiança de Laurentino Dias, o secretário de estado dos desportos. Privei com o Laurentino entre 1999 e 2000 no mestrado de ciência política na Universidade Católica e tenho a ideia dele de um homem sério e honesto. Vamos a ver se também por aí não vem restolhada.

Sarkozy président

Sarkozy ganha claramente a segunda volta das presidenciais e torna-se presidente de todos os franceses. As expectativas de governabilidade da França são imensas quanto os problemas que tem de afrontar. Desemprego, falta de produtividade, anemia económica, marginalidade "along ethnic lines" são algumas das questões que terá de pegar. Não há desculpas, porque os franceses deram-lhe claramente indicação que querem "the work done". O mais atlantista dos presidentes da França em décadas Sarkozy é a esperança do centro-direita para uma França mais aberta, mais competitiva que ilustre os seus pergaminhos como eixo que alavanca a Europa para a frente. De lamentar, os confrontos dos arruaceiros da extrema esquerda que não sabem conviver com a democracia e causaram pânico e destruição no centro de Paris. Espera-se mão pesada para quem cria desacatos. O Maio de 68 foi há 40 anos. Teve o seu papel de abanão da sociedade francesa mas este esgotou-se há muito. O refugo marxista tem que ser remetido aonde fica melhor: as prateleiras da história. Vive la France!

Reportagem no Le Monde e Le Figaro