Fukuyama e o diálogo inter-civilizacional [Adriano Moreira]
Adriano Moreira escreve e bem no DN - "As lições da experiência" - sobre Fukuyama e a crítica que este dirige em "Depois dos Neo-conservadores" à deriva da política externa americana sob direcção republicana. Mas confesso que quando li o texto de AM fiquei com uma dúvida de fundo sobre o diálogo inter-civilizacional. Só dialoga quem o quer e achar que vale a pena. Tenho sobresaltadas dúvidas se a outra parte [o Islão] quer verdadeiramente dialogar, ou apenas ganhar tempo. AM acha bem no fundo que há uma superioridade moral e teológica do cristianismo e este pode condescender "abrindo o jogo" com outras religiões. O problema é que as outras acham que nada têm a ganhar com este concerto religioso. E por uma razão simples que não sei como se dá a volta: é que qualquer das religiões é exclusivista, no sentido que acredita que só ela personifica a relação "verdadeira" com o divino e só os seus seguidores são os "eleitos" de Deus. Mas fala um laico...