Timor-Leste está a votos
Timor está sob escrutínio na segunda volta das presidenciais que ditarão a escolha entre Ramos Horta, o MNE da RTL e Francisco Guterres "Lu Olo" da Fretilin para presidente de Timor. Trata-se de uma eleição estranha em que os verdadeiros protagonistas políticos se escondem na sombra, por detrás do "seu" candidato: Xanana de Gusmão e Mári Alkatiri. Trata-se de uma escolha bifásica uma vez que seja qual for o presidente escolhido, Timor terá que ir outra vez a votos para escolher o seu governo. Aí o embate será provavelmente entre os dois actores principais Xanana e Alkatiri.
Escrevi, por várias vezes, nos jornais onde faço comentário político que o problema de Timor tem sido a incapacidade de uma geração assumir as suas responsabilidades e ser digna do povo, que fez passar enormes sacrifícios. A escolha da liberdade é sempre prolixa nas consequências. A resistência política é um combate árduo e difícil mas ser governante é ainda mais difícil. A história está cheia de casos de revolucionários que após derrubarem regimes autocráticos tornaram-se piores que os tiranos que os governaram [Lenine, Castro, Mugabe, etc]. A responsabilidade destes cinquentões de Timor é enorme e não permite tergiversações.
Como outsider preferia, certamente, Ramos Horta, apesar dos seus defeitos. Lu Olo é alguém que não tem perfil nem tracking politico para desempenhar um lugar desta importância. Mas serão os timorenses a fazer a sua escolha [e a arcar com as suas consequências].