segunda-feira, 21 de maio de 2007

O Harakiri de Sócrates?

António Costa será o candidato do PS à CML. Sem grandes alternativas para uma coligação com o PC e o BE ,depois de Helena Roseta ter anunciado a sua candidatura, Sócrates decidiu jogar uma cartada forte e apresentar um trunfo com grandes probabilidades de sair vencedor.
A escolha é , porém, de alto risco. Se António Costa for derrotado, Sócrates ficará mais isolado no Governo e com menos espaço de manobra no seio do próprio PS. Uma nova derrota eleitoral ( será a terceira depois da vitória nas legislativas de 2005, porque a Madeira apesar de tudo não conta para a estatistica) significará a entrada definitiva num plano inclinado que dificilmente conseguirá reverter a seu favor em 2009.
Mas se António Costa ganhar, o problema não será menor. Apesar de ver a sua moral levantada com uma vitória em Lisboa, Sócrates perderá o seu nº 2 e, mais do que isso, passará a ter em António Costa um novo adversário, com legitimidade para aspirar ao lugar de secretário-geral do PS, esgrimindo sempre o argumento de ter ganho umas eleições que o PM nunca enfrentou ( a vitória em 2005 foi mais baseada no cansaço dos eleitores em relação ao PSD, do que à custa de méritos pessoais) .
António Costa irá, também, fazer muita falta a este Governo. Porque tinha muito peso e porque nas suas mãos estavam os principais “dossiers” da Presidência europeia. Além do mais, se a operação do combate aos incêndios que se avizinham num Verão que se anuncia como o mais quente de sempre for um fracasso, não faltará no PS e no País, quem se lembre de António Costa.Mas o actual ministro da Administração Interna também não terá muitas razões para esfregar as mãos de contentamento, no caso de ser eleito Presidente da autarquia lisboeta. Sobre isso, porém, falarei mais tarde