segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Escrita

Regresso ao exercício penoso da escrita. É como compor uma peça de música ou fazer um lego. Peça por peça, expressão por expressão, anotação por anotação. O outro já está na tipografia (edição Livros do Horizonte) e é sobre a Europa e os Estados Unidos. Este é sobre a China: entre o poder e o direito. Um livro policromático escrito em tempos diferentes e agora "cosido" com os olhos de hoje. Procurando captar, congelar, a voragem dos acontecimentos entre o passado revolucionário (exaltante) e as exigências de construir uma sociedade moderna, buliçosa, empresarial. Um regime fechado, autocrático, com uma elite secretista, entrópica que olha com arrogância para a sociedade (por baixo) que muda, muda muito. Que diferença entre a China que conheci em 1989 e a que se vê hoje? A um ano dos Jogos Olímpicos, provavelmente a maior encenação política desde os Jogos de Moscovo, a prisão dos dissidentes segue imparável. Mas a democracia é um objectivo longínquo. Não acredito em soluções à USSR. Acontecem uma vez num milénio. Vamos a ver o que sai do XVII Congresso do PCC. Não é que o partido tenha mudado, os comunistas não mudam. É ver uma nova geração ser chamada a responsabilidades públicas. A minha.