quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pacheco Pereira e o caso Dalila

“Em toda a campanha interior do PSD deve estar presente que um candidato a dirigente do PSD é um candidato a Primeiro-ministro. Marques Mendes, no seu "passeio" pelo Museu Nacional de Arte Antiga, esqueceu-se disso porque foi dar caução a um acto que é inadmissível numa funcionária pública no exercício das suas funções. Esta é uma questão de Estado, que já o presidente da República tratou com pouco cuidado.Ao fazer o que fez (e já antes em várias alturas tinha procedido igualmente mal), Dalila Rodrigues colocou-se numa situação insustentável. Não é suposto uma funcionária pública abandonar o dever de lealdade e isenção e, se queria fazer o que fez, poderia muito bem fazê-lo noutra condição, noutro estatuto, de outra maneira. Tudo aquilo era possível, com Marques Mendes visitando o Museu ao lado de Dalila Rodrigues, ambos como cidadãos e políticos, no pleno exercício dos seus direitos, criticando o Governo como entendessem, mas Dalila Rodrigues não poderia estar ali como directora do Museu, mesmo demissionária, nem poderia colocar-se ao lado do líder da oposição na casa do Estado que gere, para atacar o Governo legítimo do seu país. Insisto: é uma questão de Estado.”
(Pacheco Pereira no Abrupto)

O post que aqui escrevi ontem e este que escrevi na altura dos acontecimentos grotescos da manifestação de apoio a Dalila Rodrigues, protagonizada por uns “correligionários da gamela” vão na mesma linha de raciocínio. Assim, não posso estar mais de acordo com Pacheco Pereira. Coisa rara, mas sempre de saudar. Estaria igualmente de acordo se tivesse sido escrito pelo Miguel Portas, ou pelo seu irmão Paulo. Não tenho preconceitos em relação à origem das opiniões, apenas discordo, por vezes, dos conteúdos.