sexta-feira, 29 de junho de 2007

Nota de Leitura I [Democratic realism]

[...] Desvalorizar o apelo do islamismo radical é o modo de ver também dos seclaristas. O islamismo radical não é apenas fanático e tão inaplacável no seu antiamericanismo, antiocidentalismo e antimodernismo como qualquer coisa que já tenhamos visto. Aquele tem a vantagem distintiva de estar fundado numa religião venerável com mais de mil milhões de crentes, que fornece não apenas um caudal constante de recrutas - treinados e preparados em mesquitas e madrassas muito mais eficientes, autónomas e ubíquas que qualquer Juventude Hitleriana ou campo Komsol - mas é capaz de usar uma longa e profunda tradição de zelo, expectativa messiânica e cultura de martírio. Hitler e Estaline tiveram de os inventar do nada. A versão de Mussolini era um aparódia. O radicalismo islâmico age sob uma bandeira que tem muito mais profundidade histórica e goza de um apelo muito mais duradouro do que as religiões sucedâneas da suásticas e da foice e martelo, que se mostraram tão pobres e insubstanciais historicamente [...]

Charles Krauthammer, "In defense of democratic realism", The National Interest, 2004