sábado, 10 de fevereiro de 2007

Este homem


António Guterres diz ter recebido garantias de Damasco em como os cerca de um milhão de deslocados iraquianos, que fogem à violência no seu país, não serão obrigados a abandonar a Síria contra a sua vontade.

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Não consigo evitar o pensamento que este homem não está nada à vontade na função que desempenha. Parece um peixe fora de água. Gosta de outro tipo de brilhantismo, de outro tipo de auditório. Convenhamos que confrontar os países desenvolvidos sobre o drama dos refugiados em tempos de vacas magras não é pera doce. Depois com a mudança de secretário-geral da ONU ele deve sentir-se um homem de outra equipa. É um pouco como os jogadores emprestados a custo zero. Quase têm de pagar para jogar.

Mas se em qualquer rotação futura for dispensado Guterres não tem grandes hipóteses nacionais de recuo. A ribalta socialista está ocupada por Sócrates. Em Belém está alguém que tendo origem na direita tem-se sabido colocar ao centro. Com enorme habilidade como o caso Alberto João Jardim o prova.

Ninguém morre em política mas - recorda-me o caso Mário Soares - há um tempo certo para um certo estilo de liderança e de político. Fora de tempo sabe a requentado.