quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ainda as leis antitabagistas

Fiquei escandalizado e furioso com o que ouvi na RDP via Rádio Macau quanto às grandes linhas do projecto de lei antitabagista. Subscrevo na íntegra as observações do meu amigo Carlos Oliveira que me parecem avisadas e oportunas, bizando as suas críticas ao desnorte do legislador. Não me parece que toque nisso mas ouvi [posso ter percebido mal] que a lei impõe ao comerciante a obrigação de denunciar às autoridades os fumadores que frequentem o seu estabelecimento. Não conheço nenhuma lei em nenhum país civilizado que incremente, apoie e instingue a denúncia avulsa e má conselheira. Não se percebe o sentido na norma e não estou a ver os comerciantes a quebrarem a relação de confiança que têm com os seus clientes.
Vivo há 13 anos [em acumulado] na Ásia e convivo bem, com as regras antitabagistas que são praticadas aqui com absoluta tranquilidade. Nada de tabaco nos transportes públicos, nas casas de espectáculos, zona para fumadores e para não fumadores bem distinguida em qualquer restaurante de média dimensão. Assim quando me oferecem a alternativa escolho conscientemente. E assumo os riscos da minha decisão. A minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro. É um princípio basilar da convivência e normalidade democrática. Que devemos aos liberais, não aos socialistas, é bom recordar.
A lei que nos querem impor é bem a lógica da igualitarização pura e dura ao desanque do cacete. Porrada nos que ousam fumar! Já agora porque não perseguir as pessoas em casa a ver se fumam aí?