quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Esplendor na Relva

Ontem, Judite de Sousa entrevistou o Procurador Geral da República Pinto Monteiro. Estranhei que a entrevista fosse para o ar na quarta-feira e não na quinta, como habitualmente. Mas logo após a primeira pergunta, percebi a razão da alteração. Antes da entrevista, pensava que os temas fortes seriam as soluções para o atraso endémico da Justiça em Portugal, o caso do envelope 9, ainda envolto numa nuvem de polémica, ou a Operação Furacão. Enganei-me rotundamente. Judite de Sousa começou a entrevista ( transmitida logo após o FCPorto/Chelsea) com o Processo Apito Dourado. E aí ficou durante quase um terço da entrevista, tentando que Pinto Monteiro lhe garantisse que o processo só abrangia clubes do Porto, que Pinto da Costa e Valentim Loureiro eram os principais suspeitos, etc. Cada vez que o PGR lhe trocava as voltas, Judite insistia:
“mas então o Pinto da Costa não é o principal acusado?” Com toda a paciência e bonomia que o caracteriza, Pinto Monteiro lá lhe foi tentando mostrar que a entrevista estava a ser mal conduzida, que Judite se estava a preocupar com o acessório e não com o essencial. Foi difícil, mas lá conseguiu que ela mudasse de tema.
Que razões terão levado Judite a trazer o “Apito Dourado” para a abertura da entrevista? Estará ela tão obnubilada pelo fervor clubista do seu consorte, que pensa que o principal problema do país é o “Apito Dourado”? Será que o enlevo pelo seu consorte, não lhe permite discernir as prioridadees dos problemas da justiça? Não sei responder a estas questões. Sei que tenho pena de Judite de Sousa . Não pelo facto de ser uma jornalista “fraquinha” que tem dificuldade em esconder as suas opções durante as entrevistas, mas sim por uma questão comezinha: Judite de Sousa não pode fazer amor na relva! E porquê? Porque, como Fernando Seara, o seu consorte, revelou numa entrevista recente, não gosta de fazer amor num relvado “ porque é verde”! Pobre Judite, não sabes o que perdes!
PS- O presidente da CM Sintra não explicou a razão de ter escolhido Sintra ( tanto verde, tanto mar!) para viver e fazer a sua vida política, mas a culpa deve ser assacada por inteiro ao jornalista, por não lhe ter colocado a questão!