segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Obrigatório proibir

Sou da geração Cohn Bendit, cuja máxima era "é proibido proibir". Mas os tempos mudam e a cruzada antitabágica, originária dos EUA e que agora avassala a Europa, fez-me mudar de ideias. Se os fumadores da minha geração que foram sempre incitados a fumar, são agora proscritos e considerados indesejáveis, porque alegadamente andam a matar outros cidadãos então proponho um conjunto de proibições, igualmente incómodas e que me transformam os dias num inferno!
Para começar, sugiro que se inicie uma cruzada proibicionista contra os telemóveis.
Não é seguro que as radiações emitidas por antenas de telemóveis não sejam prejudiciais à saúde, existindo estudos contraditórios sobre o assunto, mas o que é inegável é que o uso de telemóveis se transformou numa praga e veria, de bom grado, a sua abolição. Ou haverá coisa mais desagradável, do que estar a comer uma boa refeição, em agradável companhia, e na altura em que diz à companheira de circunstância "os seus olhos fazem-me lembrar as águas do Atlântico ao pé da Quinta da Marinha", ser interrompido pelo toque do telemóvel dela, deixando-lhe suspensa entre os lábios o resto da frase "... e se fossemos tomar um whiskey até lá casa?".
A inspiração vai-se num ápice e a consequência imediata é puxarmos de um cigarro, perante o olhar reprovador dos restantes comensais. Meus amigos, lá diz o ditado que "amor com amor se paga" por isso, se estou proibido de fumar em locais públicos, para não incomodar o próximo, exijo que os telemóveis também sejam proibidos neses mesmos locais, para me evitarem incómodos e estragerem aquilo que poderia ter sido uma bela noite!Bolas, não há pachorra...