quinta-feira, 1 de março de 2007

Sarah Jill Wykes

Minutos depois de ter chegado ao aeroporto de Luanda, onde a esperava uma delegação da embaixada britânica em Angola, a investigadora da organização não governamental britânica Global Witness afirmou que está «muito contente por estar finalmente em Luanda». A activista seguia de automóvel para a Embaixada do Reino Unido, tendo-se escusado a fazer qualquer comentário. Sarah Jill Wykes foi detida no dia 18 em Cabinda e aguardava desde o dia 21 - data em que saiu em liberdade depois de pagar uma fiança de 180.000 kwanzas (cerca de 1.800 euros) - por uma autorização do procurador interino de Cabinda, André Gomes Manuel, para poder sair daquele território angolano.

O regime angolano persiste na sua acção persecutória a activistas de organizações de direitos humanos que procurem, por alguma forma, denunciar os atropelos do governo do MPLA. Trinta anos depois da independência e finda a guerra civil o executivo angolano permanece surdo aos apelos de abertura, tolerância e normalização democrática vindos da comunidade internacional e dos seus cidadãos. Eduardo dos Santos perpetua-se no poder mesmo depois das denúncias de favoritismo e corrupção que recaiem sobre a sua filha. O regime é tirânico e opaco e poucos escapam à sua lógica concentracionista. O nacionalismo é hoje pretexto para tudo.