Cenas de vida 5- O rapto
No dia 15 de Fevereiro de 2006, uma recém-nascida é raptada do Hospital Padre Américo em Penafiel. Choro, lágrimas e revolta em directo diante das câmaras de televisão. Um ano e pouco depois (12 de Março de 2007) a criança é encontrada, graças a uma denúncia de uma cunhada da raptora. Mais televisão, mais lágrimas, a revolta a ceder o seu lugar à alegria e a promessa da mãe de ir a Fátima a pé, com a criança ao colo. Em directo, como convém.
Feitos os devidos testes de ADN, a PJ decide entregar a menina, agora com 1 ano, à mãe legítima. Mas não o consegue fazer, pela simples razão de a extremosa mãe não se encontrar em casa. Onde estava? Em directo, num programa matinal da SIC de onde saiu com uns milhares de euros de donativos, casa mobilada por uma empresa de mobiliário (que teve o cuidado de fazer publicitar a sua benemerência) e outras pequenas oferendas. A entrega foi adiada para sábado, perante a revolta do pai que, também em directo, não se coibiu de chamar “trafulhas” aos agentes da PJ. Parafraseando um refrão de um antigo programa da RTP “ Diga à gente, diga à gente, como vai ( o povo d’)este país”!