Parabéns RTP!
A RTP celebra hoje o seu 50º aniversário. Devo confessar que lhe estou muito grato, pois foi com ela que cresci e aprendi a ver o mundo para além do espaço limitado de um país que permanecia envolto na redoma salazarista. È certo que as notícias que me dava, sempre vigiadas por uma Censura bolorenta, retratavam um país inventado nos gabinetes de um poder apodrecido. Mas foi com a RTP que “convivi” com Vitorino Nemésio e João Villaret, que me ajudaram a imaginar mundos que me estavam vedados. A RTP foi o Estado Novo, mas também foi o 25 de Abril. Foram as “Conversas em Família” de Marcelo Caetano, mas também os discursos inflamados do PREC. Foi a divulgação do nacional cançonetismo, mas também da canção libertadora “E depois do Adeus”. Foi palco de ícones do Estado Novo, mas também de Ary dos Santos ou José Mário Viegas. Das “Melodias de Sempre”, mas também do “Zip-Zip”.
A RTP é a grande memória de Portugal nos últimos 50 anos. Fez-me rir e chorar, ajudou-me a ir à Lua e fez-me sonhar, porque foi a verdadeira “fábrica de sonhos” da minha geração.