segunda-feira, 9 de abril de 2007

Carmona Rodrigues: pouco riso e pouco siso!

Os “Gato Fedorento” decidiram satirizar o cartaz xenófobo do PNR ( a que fiz referência noutro post), colocando ao seu lado um outro em que dão as boas vindas aos imigrantes, porque – alegam- “com os portugueses, isto não vai lá”.
Meio país riu-se “a bandeiras despregadas” com a iniciativa, suportada financeiramente pelos próprios “Gatos”, mas a boa disposição durou apenas 24 horas, porque a edilidade lisboeta parece ter pouco sentido de humor.
Carmona Rodrigues e um acólito vereador de nome Proa apressaram-se a sair a terreiro, exigindo a “imediata retirada do cartaz” por se tratar de publicidade não autorizada.
A mesma edilidade que não viu qualquer problema em autorizar o cartaz da extrema-direita portuguesa e que há um mês , numa operação de folclore decidiu retirar a publicidade no eixo Av República/ Terreiro do Paço ( ainda hoje me interrogo porque razão não a retira das outras ruas de Lisboa...) fazendo cumprir uma lei que data de 98, mas a que sempre fechou os olhos, mostrou-se célere em mandar retirar um cartaz humorístico que revela, antes de mais, um grande espírito de cidadania e responsabilidade social de um conjunto de actores que, do seu bolso, pagaram um cartaz que pretendia ridicularizar a xenofobia de um partido que sobrevive à custa do dinheiro dos contribuintes.
É bom esclarecer que não há nenhum preceito legal que permita inferir que o cartaz seja publicitário. A atitude de Carmona Rodrigues revela apenas grande insensibilidade, prepotência e falta de sentido de humor ( já que não acredito que tenha cedido a ameaças da extrema-direita, idênticas às sofridas por Ricardo Araújo Pereira que passou a ter que andar sob escolta). São estas atitudes irracionais e genoflectórias, que tiram o sorriso aos lisboetas e os fazem ansiar um novo elenco a dirigir os destinos da cidade. Carmona já não tinha autoridade moral para estar à frente da CML, depois das cenas rocambolescas com a EPUL, a Bragaparques, os licenciamentos de obras como as da Infante Santo, etc, etc, etc. Agora, perdeu também o respeito dos munícipes. Só mesmo Marques Mendes o mantém de pé.