segunda-feira, 9 de abril de 2007

A “Lei Seca” de Hugo Chavez

Hugo Chavez proibiu os venezuelanos de beberem em público durante a Semana Santa, alegando que “o homem moderno tem que se livrar dos vícios antigos para ser forte”.
O fundamentalismo do líder venezuelano não é virgem no mundo ocidental. Também por cá, o Governo decidiu dar azo à sua veia fundamentalista, com uma lei “anti-tabágica” que só não faz rir, porque mete dó!
Entre as pérolas da nova lei, destaca-se a proibição de fumar nas prisões, nos lares de idosos, e nos serviços públicos, ou a interdição de fumar a menores de 18 anos.
Na sua cruzada anti-tabágica, o legislador não se esqueceu de prescrever coimas entre os 50 e os 10 mil euros para os infractores.
Ficamos assim a saber que um preso pode injectar-se na sua cela, mas lhe está vedado fumar um cigarro, que um menor de 18 anos pode beber “shots” a 1 € nas discotecas , mas não pode puxar de um cigarro, que um velho à espera dos seus últimos dias num Lar não tem direito a um cigarro e que um funcionário público terá que abandonar o seu trabalho e vir até à rua dar a sua “ passa”.
O Governo não esclareceu se o facto de um funcionário público ser fumador constitui critério suficiente para ser colocado na lista de disponíveis, mas não é crível que isso suceda, pois para além de haver muitos dirigentes fumadores e de vários deputados terem já avisado que não será possível aplicar a lei na AR, o próprio Primeiro Ministro ( que também gosta de dar a sua “passa” ) permite o fumo livre durante os voos que efectua nas suas deslocações, sem ter em consideração que a bordo viajam não fumadores.
O fundamentalismo é inimigo das boas práticas, por isso não é de espantar que Keith Richards, a viver num país com legislação anti-tabágica muito restritiva, tenha confessado, numa entrevista, que snifou as cinzas do próprio pai...