Está perigoso ser jornaista!
As jornalistas Célia Rosa e Isabel Stilwell, da Notícias Magazine, foram condenadas por um tribunal de Braga. Não por terem escrito um artigo difamatório ( o tribunal reconheceu que os factos eram verdadeiros), mas sim porque o juiz considerou que o artigo violava os “princípios da adequação e da proporcionalidade”.
Confusos? Então tomem lá mais esta. José Manuel Fernandes e o “Público” foram também condenados pelo STJ, a pagar uma indemnização de 75 mil € ao Sporting, por terem noticiado que o clube devia ao Estado, desde 1996, 460 mil contos.
E foram condenados porquê? Porque a notícia era falsa? Não! Mais uma vez o tribunal reconheceu a veracidade da notícia mas considerou esse facto irrelevante!.A razão da condenação ficou a dever-se ao facto de os juízes terem considerado que a notícia punha em causa o bom nome e reputação do Sporting.
Como jornalista, confesso que estou a pensar seriamente em mudar de profissão, pois não estou disposto a ser obrigado a ter de consultar um juiz, antes de publicar uma notícia, para lhe perguntar se está de acordo com ela, ou se no seu douto entendimento, apesar de ser verdadeira, prejudica alguém. Assim vai o jornalismo em Portugal, país democrático e com liberdade de expressão! O facto de uma notícia ser verdadeira não interessa nada, o importante é que não prejudique ninguém! Ressalve-se, porém, que tanto o tribunal de 1ª instância, como o Tribunal da Relação tinham, anteriormente, negado provimento à queixa apresentada pelo Sporting, dando razão ao “Público”.