sexta-feira, 20 de abril de 2007

Eu, pató, me confesso!...

Concordo, em substância, com a análise que o Arnaldo Gonçalves faz ao massacre na Virginia Tech.
Não posso, porém, deixar de me penitenciar pelo facto de me incluir no grupo de patós que acredita que a venda livre de armas nos EUA propicia este tipo de situações. Claro que loucos existem em todas as sociedades, a diferença é que na maioria delas não têm a possibilidade de comprar armas em supermercados!
Será por acaso que o Brasil e os EUA aparecem no topo da criminalidade urbana violenta, ou a razão fundamental para que isso aconteça reside precisamente no facto de serem dois países onde a venda de armas é livre?
Claro que também não ajuda o facto de nos EUA as autoridades gostarem de seguir a política do “olho por olho”...
Lembro, a propósito, o que ocorreu em New Orleans ( ainda antes do “Katrina”):
Perante o crescente número de assaltos protagonizados por bandos de negros que assaltavam condutores sob a ameaça de armas, roubando-lhes os automóveis, a troco de mil dólares, o que fizeram as autoridades? Reforçaram a segurança? Exerceram mais vigilância para evitar que as situações se repetissem? Não! Por iniciativa de um doutorado em legislador,o sr Bruneau, foi aprovada uma Lei que permitia que “ toda a gente que ande armada, possa disparar sobre qualquer pessoa que supostamente constitua uma ameaça à sua integridade física”.
Esta ideia do sr Bruneau confiar a cada cidadão a sua segurança privada, poder-lhe-á conferir uma auréola de Nabucodonosor, mas também demonstra que tem os neurónios e a cultura civilizacional dos constituintes de 1787.
Como viver numa selva é coisa que não me agrada, não porei grandes obstáculos à privação de algumas liberdades, como a de poder comprar armas em supermercados, em nome da segurança ( não foi esse, aliás, o pretexto usado por Bush após o 11 de Setembro para restringir muitas liberdades consagradas desde a Constutição de 1877 para implantar a sua sociedade “Securitas”?) . Reajo pior, é quando me pretendem coarctar a Liberdade em nome do Sacrossanto Mercado, embora reconheça, que a teoria do “olho por olho” pode dar algum jeito quando aplicada às regras de mercado. Deixo apenas algumas sugestões que podem até servir de inspiração aos publicitários.
“Foi enganado pelo banco que lhe prometeu crédito barato? Está arruinado? Nos supermercados Barata encontrará a arma ideal para resolver o problema!”.
Ou então:
“ Está inconsolável, porque perdeu dinheiro nas acções da empresa “Belmiro”? Não tenha problemas! Os consultores Nabucodonosor ajudam-no a aliviar a dor! Se o seu problema é vingar-se do Belmiro, ensinamos-lhe como lhe dar um tiro!”.