segunda-feira, 16 de abril de 2007

Wolfowitz

Wolfowitz teve como presidente do Banco Mundial uma entrada de leão e terá, muito provavelmente, uma saída de sendeiro. Meter a amante num lugar de chave do Banco, pagar-lhe um salário anual milionário à revelia da administração do banco não lembrava ao diabo. Lembrou a Wolfowitz. Pressionado para se demitir diz que não o vai fazer e coloca os Estados Unidos [a potência que tradicionalmente aponta o presidente] numa posição extremamente delicada.
Neoconservador, deputy de Rumsfeld no departamento de Defesa, Wolfowitz perde a oportunidade de ser coerente com a "limpeza" da corrupção que apregoava.
O banco tem sido mal administrado, estando na origem, por exemplo, do escândalo da campanha das Nações Unidas alimentos-por-petróleo que envolvia o filho do antigo secretário-geral Kofi Annan . A limpeza da corrupção assumida por Wolfowitz como o mais importante do seu mandato fica neutralizado por este caso de favorecimento pessoal, inqualificável. Muito provavelmente a nova administração democrata dos Estados Unidos terá que repor as coisas no seu devido pé e desembaraçar-se de mais este "corpo morto". Mas até lá fica numa posição enfranquecida.
Sério revés para os neo-conservadores hoje acantonados em redor de Cheney, o vice-presidente. Depois de Bolton, de Rumsfled agora Wolfowitz. Quem se seguirá?