terça-feira, 24 de abril de 2007

25 de Abril 5- Deuses " ex machina"

Vítor Constâncio, o Presidente do Banco de Portugal que aufere um vencimento superior ao dirigente máximo do Banco da Reserva Federal Americana, anunciou por um destes dias que tinha a receita para Portugal sair da crise. E a receita é simples: baixar mais os salários dos trabalhadores portugueses e flexibilizar as leis laborais.
Sentado na cadeira de mordomias que o lugar que ocupa lhe confere, o Presidente do Banco de Portugal revela uma insensibilidade - típica dos banqueiros e de todos quantos erigiram a Economia a Divindade- que provoca náuseas.
Vítor Constâncio, se tivesse alguma vergonha na cara, já teria pedido a redução do seu vencimento milionário, ou a desvinculação do PS, mas como os socialistas se tornaram num alfobre de cínicos insensíveis, já nada espanta. Nem que Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças, passe a vida a reclamar transparência fiscal, mas se recuse a divulgar quanto paga de impostos.
Nesta espécie de governo socialista, onde a máxima de Frei Tomás assentou arraiais, onde a insensibilidade chegou ao ponto de o Ministério da Educação lançar uma campanha que humilha profissões dignas como as de um jardineiro ou de uma escriturária, campeia o provincianismo, a parolice e o “arrivismo” . Só lá faltam mesmo, é socialistas!
Assim como Pinto da Costa afirmou sentir “muito orgulho por ter transformado uma empregada de um bar de alterne numa escritora”, imagino que também António Guterres sinta muito orgulho em ter criado condições para que o PS se transformasse numa fábrica de deuses “ex machina”
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