Sarkozy e Royal na segunda volta das presidenciais francesas
Notável a participação dos franceses [85%] na primeira volta das presidenciais que representam, numa leitura muito breve, um corte com o legado do passado e com a complacência com o espírito de derrota. Esta é a primeira leitura dos resultados.
Votação dos candidatos segundo dados do ministério do interior: Nicolas Sarkozy - 31.1%;
Segolene Royal - 25.8%; Francois Bayrou - 18.6%; Jean-Marie Le Pen - 10.5%.
Os franceses quiseram ver-se livres da "tralha" da esquerda festiva, dos ecologistas, dos anti-sistema, da extrema-direita revanchista que têm marcado uma certa inconsequência da França em confrontar os problemas decorrentes da globalização e da interpermeabilidade das economias, ou como dizia William Burton da economia-mundo. Fim, portanto, ao radicalismo inconsequente.
Uma segunda leitura - ainda ligada à primeira - é a vontade de mudança, de começar de novo a sonhar o futuro da França. Repensar o destino colectivo no quadro da nação eis o apelo que os franceses quiseram dar aos seus políticos. Primeiro a França, depois a Europa, eis o que disseram. Ter orgulho outra vez de ser-se francês.
Este patriotismo reencontrado é fundamental para que a França se possa acertar com o que quer de si e para si e isso tem a ver com as políticas de assimilação [referenciadas pelos candidatos ganhadores no discurso de reconhecimento dos resultado] mas também com o jgo das alianças no plano externo.
A terceira leitura é de que - como havia referido em post anterior - as eleições ganharam-se ao centro, votando os franceses em quem julgar incorporar melhor a ideia da modernidade, do progresso, da competitividade, da renovação.
Royal e Sarkozy representa[ram]m duas leituras possíveis desse compósito que estão colocadas ao vaticínio dos eleitores.