segunda-feira, 26 de março de 2007

Bater na mulher é o que está a dar. Aproveitem, machos latinos!

Aproveito as primeiras horas, após o meu regresso a Lisboa, para ler alguma imprensa requentada. A experiência é traumática e ponho em dúvida se Lisboa não será agora capital de um outro qualquer país, que não Portugal. Leio com um sorriso as notícias sobre os confrontos verbais no seio do PP e a hipotética agressão de um deputado a Maria José Nogueira Pinto. Mas a boca abre-se-me de espanto, ao ler uma pequena notícia. Diz o “Expresso” que um juiz absolveu um homem que era acusado de sovar a mulher, por considerar que sovar a mulher duas vezes não é crime... trata-se de bater na medida certa! O Governo gasta dinheiro em campanhas contra a violência doméstica, incita as mulheres a denunciarem os maridos agressores e depois há uma que se atreve e o juiz profere esta douta sentença? Não, isto não pode ser Portugal... Estarei eu no Botswana?
Uma notícia do “El País” avoluma a minha desconfiança. Mais uma vez, uma notícia sobre a Justiça, mas desta feita com origem na Alemanha. A acusadora era também uma mulher que se queixava de maus tratos por parte do marido. A juíza absolveu o homem, com um fundamento irrepreensível: “à luz do Corão ( o marido é muçulmano...) o homem não pode ser condenado por tratar a mulher de forma violenta”... Estou esclarecido! A Justiça alemã julga um caso de violência doméstica, ocorrido no seu território, à luz da doutrina do Corão. Provavelmente é a isto que se chama integração o que, levado a extremos pode conduzir a que um destes dias, um juiz de um qualquer país europeu, invoque o Código de Hamurabbi para proferir uma sentença.
Quem me desmaterializa?