quarta-feira, 28 de março de 2007

Helas Royal!

Lido no Le Figaro
[...] POUR CEUX qui auraient un trou de mémoire, Désirs d'avenir, le site Internet de Ségolène Royal, a tout prévu. Depuis hier, d'un simple clic sur le visage de Jessye Norman drapée dans un drapeau français (une photo qui date de 1989 et du grand défilé du bicentenaire de la Révolution française), on peut y réviser le texte de La Marseillaise, lire le début de la partition originale et l'entendre interprétée par un ténor. La candidate PS a surpris les socialistes en invitant toutes les familles françaises à avoir un drapeau tricolore chez elles et à pavoiser le 14 Juillet, après avoir encouragé les militants à chanter l'hymne national, lors de son meeting à Marseille jeudi. « Ce week-end, sur les marchés, on ne m'a rien dit sur La Marseillaise, mais les drapeaux, j'en ai beaucoup entendu parler ! », raconte un élu socialiste parisien. [...]

Ségolène Royal joga o lance mais inteligente até aqui da sua campanha. Tendo-se perdido até aqui em remoques ao adversário e em responder aos marretas do seu partido, Royal dá um passo em frente e desfralda a bandeira multicolor da França, reganhando o sentido identitário da Marsalheza. O que distingue os países relevantes no mundo conturbado e achatado em que vivemos é a sua alma, a sua identidade. É isso que os permite vir à tona do grande movimento padronizador da globalização. É isso que os faz diferentes, singulares, próprios. Os países fazem-se de história, de valores nacionais, de orgulho. Não se tratam de valores de direita e de esquerda. É algo que está para além disso mergulhando nos tempos e na vivências dos antepassados. Ainda agora terminando uma biografia espectacular sobre Cícero [Imperium de Robert Harris - a não perder!] notei quando a certa parte uma das personagens César se queixava da capacidade de resistência dos "francos" para o propósito da criação de um grande império romano.
Gostei de a ver alavancar esses valores. São um trunfo precioso agora que se aproxima de Nicolas Sarkozy nas sondagens. Quanto aos saudosistas do anticlericalismo e do gauchisme espaventoso que se danem. É uma velha França dêmodé, trauliteira, cretina, contra tudo e contra todos que passa à história.