Em memória dos “Doors”
Assinalaram-se ontem os 40 anos do lançamento do primeiro disco dos “Doors”. Mais do que os “Beatles”, ou os “Pink Floyd” ( omito propositadamente os “Rolling Stones”, com quem nunca fui muito à bola), os “Doors” foram marcantes na minha juventude. Confesso que só na “volta” dos 50 percebi a importância que a banda de Jim Morrison exerceu em mim. Foi a partir dessa idade que comecei a apreender que a recordação dos êxitos dos Beatles ou dos Pink Floyd me trazem à memória recordações da juventude( aquela festa particular, aquele primeiro beijo, aquele “esfreganço” retribuído com um estalo...) mas pouco mais.
Já quanto aos “Doors” a reacção é diferente. É claro que também evocam “tempos que não voltam mais” mas, ao contrário do que acontece com as outras bandas, a sua música soa-me com uma inexplicável actualidade. É como se os estivesse a ouvir pela primeira vez , como se estivesse a receber, em primeira mão, as mesmas sensações que me fizeram vibrar durante a sua primeira audição.
Como já escrevi em relação à Argentina, as paixões não se explicam, por isso não sei explicar o meu fascínio pelos “Doors”.´Até porque, posso garantir, nunca me apaixonei ao som de uma canção deles. Mas digo-vos que é para mim uma sensação única ouvir “ Strange days”, “LA Woman”, “People are strange”, “Riders on the storm”, “Light my fire”, ou “Spanish caravan” sem a nostalgia do passado, mas sim com a alegria do presente.