Pinto Coelho- o "pintas" do Marquês
Concordo globalmente com a análise do Arnaldo Gonçalves ( ver post Somos todos invejosos?") Não resisto, porém, a deitar mais uma “acha para fogueira”.
Há um cidadão português de nome Pinto Coelho, líder de um grupelho de extrema –direita, que na semana passada decidiu gastar parte das probendas que os seus correligionários lhe ofertaram, na colocação de um outdoor no Marquês de Pombal, aspergindo aos passantes um grito de revolta xenófobo contra a presença de imigrantes em Portugal.
O desatino deu os resultados que ele esperava. A comunicação social eriçou-se, o homem desdobrou-se em entrevistas e teve direito aos minutos de fama que a estatística confere a cada habitante do planeta. O nome do partido que lidera foi absorvido por muita gente que dele nunca ouvira falar e o homem deu-se por satisfeito, pois atingira o seu objectivo.
O que encarniça qualquer cidadão, com um mínimo de cultura democrática, é constatar que o homúnculo se atira aos imigrantes, cuspindo na mão que lhe deu de comer e lhe concedeu direito à existência engravatada. É que o homem, meus caros, é filho de emigrantes, e também ele foi emigrante. Esqueceu-se também este bastardo da Democracia, que Portugal é um país de emigrantes e que tem uma tradição multicultural que só nos enriquece enquanto País e Nação.
Com a desvergonha dos parasitas que só têm existência porque vivem num regime democrático, Pinto Coelho dirige um partidozeco com a forte implantação de 0,02 por cento, o que em termos de votos deve representar menos do que os 50 mil que escolheram Salazar como o “maior português de sempre”.
Mas o que mais me encanita é que todos estamos a contribuir, com os nossos impostos, para que o Coelho possa sair da cartola, armado em líder partidário de uns quantos Pintos ( ou serão “pintas”?). Oxalá que a gripe das aves não se esqueça dele...Nisso não serei invejososo.