quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Gorbatchov

Há dezasseis anos Mikhail Gorbatchov demitia-se de secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética lançando a vaga de reformas que levaria ao fim da URSS, do Pacto de Varsóvia e ao fecho da Guerra Fria. Gorbatchev seria obsequiado com o Prémio Nobel em 1990 e o seu contributo para o fim da ordem dos pactos militares é incomensurável.
Assisti a uma conferência sua no Instituto dos Altos de Estudos Militares (creio que em 2000) e retenho a ideia de um homem preso a um destino e amargo. Depois de ser o protagonista da abertura política, Yeltsin trai-á-lo-ia depois. Mas a Rússia foi sempre o país das traições, das execuções dos opositores políticos, das rivalidades entre boiardos e da apetência popular por um poder patriarcal, de índole czarista. Inexplicáveis os índices de popularidade de Putin depois dos seus gestos autoritários? Se calhar para o nosso quadro de valores.