terça-feira, 21 de agosto de 2007

Jornais e Livros

Num tempo em que o semianalfabetismo cavalga, nomeadamente entre os jovens que se declaram desinteressados de ler um livro, de entrar numa biblioteca, de visitar uma exposição, é louvável e de aplaudir a acção dos jornais na divulgação da literatura e na colocação de bons títulos à disposição de um público mais alargado, os leitores dos jornais.
A experiência portuguesa - iniciada creio pelo DN e o Público - não é de todo positiva, já que apesar da safra de títulos interessantes que vão pondo nas edições de fim de semana, se teima em editar livros em letra microscópica tornando a leitura, não o que ela é - um prazer - mas um penoso sofrimento.
Vem isto a propósito do anúncio de segunda-feira, no prestigiado Le Figaro, esse periódico referencial da imprensa francesa, da campanha lançamento de um livro por edição, totalizando diz o jornal, 727 livros em dois meses. Será, provavelmente, um novo record, mas não deixo passar esta oportunidade sem alertar os leitores ainda que episódicos do jornal (creio tê-lo visto, em distribuição, em várias tabacarias dos Restauradores e do Rossio e ainda no centro-comercial Colombo) para a utilidade desta iniciativa destacando alguns títulos que nos porão em contacto com a abundante ficção francesa (e não só):


  • À l'abri de rien, de Olivier Adam

  • L'Aube le Soir ou la Nuit, de Yashmina Reza (intelectual muçulmana, actual porta-voz de Sarkozy)

  • J'ai tant rêve de toi, Olivier et Patrick d'Arvor

  • Fin d'histoire, François Bégaudeau (sobre o cativeiro e libertação de Florence Aubenas, por terroristas iraquianos)

  • Dans le café de la jeunesse perdue, Patrick Modiano

  • Tom est mort, Marie Darrieussecq

  • Le Cimitière des poupés, Mazarine Pingeot

  • Ni d'Ève ni d'Adam, Amélie Nothomb

  • Le rapport de Brodeck, Philipe Claudel

  • Belle-soeur, Patrick Benson

  • Cendrillon, Éric Reinhardt

  • Un vrai roman: mémoires, Philippes Sollers (memórias de uma autor de inúmeros livros sobre conflitos internacionais)

  • La Baie d'Alger, Louis Gardel (as relações entre a França e a Argélia)

  • Un roi san lendeman, Christophe Donner (a sorte de Luis XVII)

  • Un château en forêt: le fantôme de Hitler, Norman Mailler (sobre a vida de Hitler por um conhecido autor norte-americano)

  • Le Soleil Noir de la Puissance, Dominique de Villepin (uma nova visão sobre Napoleão Bonaparte, o mito imprescritível dos franceses, pelo antigo primeiro-ministro de Jacques Chirac)