quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Um mistério por desvendar

Jovens acusados de extorsão, assaltos e sequestro. Tentativas de suicídio. Agressões. Mortes violentas. De tudo isto se pode encontrar quando analisamos o percurso de jovens vedetas que ascenderam ao estrelato, através de “reality shows” como o Big Brother ou de telenovelas como Morangos com Açúcar.
Dito assim, até pode parecer que estou a insinuar que a TVI é um alfobre de delinquentes. Nada disso. A razão que me leva a abordar este assunto, prende-se com os efeitos que o mediatismo exerce em alguns jovens que saltam do anonimato para as capas de revistas cor de rosa graças a séries, novelas, ou outros programas de sucesso na televisão.
Talvez não chegue ponderar nos castings os efeitos que uma carinha laroca, um corpo apetecível - quiçá algum talento que o tempo burilará- poderá produzir no aumento das audiências e no merchandising. Talvez valesse a pena analisar, também, a capacidade que os jovens revelam para lidar com o sucesso, para aguentar a pressão de um mediatismo que os eleva, num ápice, a estrelas constantemente requisitadas para abrilhantar cortejos de Carnaval, romarias de Agosto ou festas natalícias.
Como parece provar-se pelos casos que vêm a lume – hoje foi mais um- alguns destes jovens ou não têm estofo para aguentar a pressão, ou entram numa espécie de euforia mediática que altera os seus comportamentos e os leva a cometer actos que ninguém admitiria que fossem capazes de praticar.
Creio- é apenas uma suposição- que muitos jovens que de repente se vêem a encarnar personagens de ficção são levados a fazer uma conexão perigosa entre fama e impunidade e por isso não medem a dimensão dos seus actos. Acabam por confundir a sua personagem com a sua vida real e está o caldo entornado.
Talvez fosse bom que os media falassem mais sobre isso. Talvez fosse bom que alguém estudasse o assunto... Talvez....